Um tribunal em Moscou proibiu o uso das redes sociais Facebook e Instagram na Rússia.
Na decisão, o tribunal alega que Instagram é Facebook exercem atividades “extremistas”.
“Estamos atendendo ao pedido da Promotoria de proibir as atividades da empresa Meta [controladora das redes]” disse o juiz, segundo a agência estatal russa Tass.
No início da audiência, realizada nesta segunda (21), os Serviços de Segurança russos (FSB) já haviam defendido a aplicação da medida imediatamente. “As atividades da Meta se dirigem contra a Rússia e suas Forças Armadas. Exigimos sua proibição e a obrigação de aplicar esta medida imediatamente”, declarou na audiência um porta-voz do FSB, Igor Kovalevski, citando a agência de notícias Interfax.
Em 11 de março, a Procuradoria-Geral russa pediu que a Meta fosse classificada como organização “extremista”, o que abriu caminho para a proibição de todas as suas atividades no país. O fato ocorreu após a Reuters ter noticiado que a Meta havia permitido que usuários do Facebook e do Instagram estimulassem a violência contra russos e soldados russos, no contexto da invasão da Ucrânia, em suas postagens. Dias depois, a empresa recuou.
Segundo a empresa especializada em redes sociais eMarketer, apenas 7,5 milhões de russos usaram o Facebook no ano passado, o que representa 7,3% dos usuários locais. Já o Instagram, muito popular entre os jovens, teve mais de 51 milhões de pessoas ativas em 2021 — um dos maiores mercados do planeta.
O WhatsApp, que também pertence à Meta, não foi afetado pela medida. Neste momento, a Rússia já mantém bloqueadas em seu território as redes sociais Instagram, Facebook e Twitter e inúmeros sites independentes. Na semana passada, o regulador de telecomunicações, Roskomnadzor, acusou o Google e o YouTube de atividades “terroristas.
Na avaliação do FSB, as atividades da Meta hoje se dirigem contra a Rússia e suas Forças Armadas, portanto deveria ser proibida no território nacional. A promotoria foi além e disse que as ações adotadas são “sinais manifestos de atividade extremista”.
A TASS disse que um representante da Meta declarou, nesta segunda-feira (21), que a companhia havia voltado atrás e aplicado a política normal contra discurso de ódio. Vale lembrar que praticamente todas as redes sociais ocidentais estão bloqueadas no território russo, além de sites de notícias como a BBC e a CNN, portanto a medida tem mais efeitos políticos do que práticos para o usuário.
Além da Meta, o Google também entrou no alvo dos russos. O órgão regulador local, Roskomnadzor, acusou a gigante das buscas e seu serviço YouTube de contribuir para “atividades terroristas”, fato que era necessário para bloquear em definitivo o acesso. Assim como os colegas norte-americanos, o site de vídeos reduziu o alcance de vídeos da RT, Sputnik e outros veículos de imprensa pró-Kremlin, suspendeu a monetização e impediu a compra de publicidade no site.
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