A pandemia de Covid-19 matou até a útlima segunda feira (21), 657,300 pessoas no Brasil. Entre elas, está o empresário gaúcho Paulo Lerner, dono da maior empresa de transportes de malotes do Rio Grande do Sul nos anos 1990, a Portocar.
Lerner morreu em 20 de janeiro deste ano, aos 78 anos, sem receber uma indenização que está orçada entre R$ 1,7 bilhão a R$ 2,8 bilhões do banco Itaú. A covid-19 mobilizou empresas em torno de iniciativas para aplacar os estragos sanitários, sociais e econômicos provocados pelo vírus. Em valor, a principal doação partiu exatamente do Itaú Unibanco, que, sozinho, destinou R$ 1 bilhão para o combate à doença, a maior iniciativa filantrópica já realizada individualmente para enfrentar o novo coronavírus no Brasil.
Lerner não conseguiu ver a cor do dinheiro, que já ganhou na justiça, mas que ainda está em tramite para ser paga, agora ao espólio deixado pelo empresário. Depois de esperar a indenização por 24 anos, a covid-19 o pegou de surpresa.
A Justiça está há dez anos tentando definir o valor da indenização. Duas perícias já foram anuladas pelo juiz responsável pelo caso, o ministro do STJ Luis Felipe Salomão. O terceiro perito foi nomeado em fevereiro.
“O Itaú Unibanco apresentou no processo todas as informações disponíveis referentes ao relacionamento que manteve com a empresa durante o período em que contratou seus serviços. O banco esclarece, ainda, que os números informados pela empresa no referido processo não condizem com a realidade”, informou o banco, em nota à Folha, referindo-se aos valores em discussão.
Trata-se de uma das maiores ações individuais em curso hoje no Brasil.