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O ex-juiz vai se encontrar com o ex-governador do Rio Grande do Sul amanhã, sábado (2), para avançar nas tratativas de unificação de uma candidatura só do agora chamado Centro Democrático.
Após as reviravoltas da quinta-feira (31) no xadrez eleitoral, o ex-juiz Sergio Moro (agora filiado ao União Brasil) intensifica a busca em torno de apoio para seu nome. João Doria (PSDB) é considerado agora, carta fora do baralho, depois de desistir de desistir de sua pré-candidatura a presidente e depois de confessar que tudo não passou de uma grande mentira, num movimento que, segundo ele, acabou com o risco de “golpe” para que o partido lançasse Eduardo Leite ao Planalto.
Tanto Moro, quanto Leite seguem firmes na disputa presidencial. O ex-juiz continua firme na intenção de disputar à Presidência, apesar do recuo momentâneo, enquanto alas do PSDB estão cada vez mais dispostas a substituir o nome do ex-governador de São Paulo pelo do ex-governador do Rio Grande do Sul.
Moro e Leite se encontram amanhã em São Paulo. Ambos continuam costurando a candidatura única, e mantendo a intenção de concorrer ao Planalto em alternativa ao Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) .
Segundo o anão que mora embaixo da mesa do comitê eleitoral de Moro, o presidenciável, diz que pretende construir seu nome como candidato a presidente da República em sua nova
legenda, o União Brasil, que surgiu da fusão do PSL com o DEM.
A migração de Moro do Podemos para seunovo partido foi articulada em conversas do ex-juiz com o presidente da sigla, Luciano Bivar, que era do PSL. Mas um grupo que pertencia ao DEM, liderado pelo ex-presidente de Salvador ACM Neto, é contra a candidatura de Moro à Presidência pelo partido e exigiu que sua filiação fosse condicionada ao lançamento de seu nome para deputado federal.
Ainda segundo o Valor, o partido ofereceu a Moro bancar toda sua campanha com recursos do
fundo eleitoral e dar espaço para que ele atue na Câmara em uma posição de destaque se for
eleito, podendo atuar nas comissões de Segurança Pública e de Constituição e Justiça (CCJ) –
duas das mais importantes da Casa. O partido espera que Moro obtenha mais de um milhão de
votos em São Paulo, o que ajudaria a eleger uma bancada de 14 ou 15 deputados no estado (além
de mudar de partido, o ex-juiz também mudou seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo).
Mas, ao declarar que abriu mão “momentaneamente” da pré-candidatura, o ex-juiz sinalizou claramente que sua decisão ainda pode mudar. Aliados consideram que ele pode ter mais
chances de ser eleito no União Brasil, uma vez que o partido dispõe de mais palanque em todo o
país, além de recursos e tempo de TV e de rádio, do que o Podemos. O União Brasil também estuda
alianças com outros partidos em torno de um nome único para a candidatura presidencial do Centro Democrático.
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