Segundo uma fonte do ‘Wall Street Journal”, o foco da investigação agora está nos pilotos ou em alguém no avião que pode ter invadido a cabine e o derrubado deliberadamente.
Dados do voo indicam que alguém que estava dentro da cabine de comando derrubou intencionalmente o jato da China Eastern no início deste ano, segundo especialistas em avaliação preliminar de autoridades dos EUA sobre o que levou ao acidente.
O Boeing 737-800 estava viajando em alta altitude quando de repente caiu em uma posição quase vertical, chocando-se contra uma montanha com velocidade extrema. Dados de uma caixa preta recuperada no acidente sugerem que entradas nos controles empurraram o avião para o mergulho fatal, disseram essas pessoas ouvidas pelo “WSJ”.
Essas fontes familiarizadas com o assunto disseram que o avião estava voando em alta altitude quando inesperadamente caiu em uma espiral e colidiu com o lado de uma montanha. Elas disseram que os dados da caixa preta recuperados do acidente sugerem que alguém na cabine inseriu dados que fizeram o avião mergulhar. “O avião fez o que foi mandado por alguém na cabine”, disse a pessoa que teve acesso a análise da caixa preta, feita pelas autoridades americanas.
Agora, a investigação mudou o foco para os pilotos, disse a fonte, acrescentando que alguém no avião poderia ter invadido a cabine e o derrubado deliberadamente.
As investigações de acidentes podem demorar um pouco para concluir quais foram as causas e fatores que contribuíram para o acidente, mas a China Eastern começou a devolver os 737-800 aos céus depois de deixar em terra toda a sua frota por cerca de um mês após o acidente.
A reportagem do “WSJ” fez com que as ações da Boeing subissem nos EUA. O relatório preliminar da investigação chinesa sobre a queda, divulgado em abril, aponta que os pilotos deixaram de responder aos controladores de voo logo após a primeira perda de altitude. O documento também não apontou falhas no Boeing 737-800.
O avião, com 132 pessoas a bordo, caiu no dia 21 de março perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, no sul da China. A aeronave fazia um voo entre as cidades de Kunming para Guangzhou. Todos os passageiros e tripulantes morreram.
O caso impressionou pela dinâmica da queda, na vertical e em poucos minutos. Câmeras de segurança de uma empresa próxima ao local mostraram como o avião despencou rapidamente, totalmente apontado para o chão.
“O radar de controle de área de Guangzhou mostrou um aviso de ‘desvio’ de altitude de comando, a aeronave deixou a altitude de cruzeiro, o controlador chamou a tripulação imediatamente, mas não recebeu resposta”, aponta o relatório.
Em março, dias após a queda, o chefe do centro de investigação de acidentes da Administração de Aviação Civil da China (CAAC, da sigla em inglês), Mao Yanfeng, disse em entrevista coletiva que os controladores mantiveram contato com o avião durante todo o percurso até a primeira queda de altitude.