Conselho de Administração da Petrobras dá sinal verde para aumento de combustível e governistas reagem.
Em reunião extraordinária nesta quinta-feira (16), o Conselho de Administração da Petrobras deu sinal verde para o aumento de combustível. O reajuste deve superar 10% do preçodo diesel. A empresa aproveitou o feriado prolongado para decidir sobre o assunto, mas ainda vai definir o tamanho do aumento e a data para anunciar a decisão.
A reunião foi convocada pelo presidente do Conselho de Administração da estatal, Márcio Weber. No encontro, os conselheiros ligados ao governo tentaram convencer a empresa a segurar o aumento.
Só que a diretoria relatou o teor das conversas realizadas com o governo nos últimos dias, quando a equipe do presidente Jair Bolsonaro não aceitou conceder um subsídio para a estatal e para importadores privados trazerem o diesel mais caro no exterior e vendê-lo no Brasil com um valor mais baixo.
Bolsonaro, já há algumas semanas, aponta o lucro exorbitante da Petrobras como a vilã pela disparada no preço dos combustíveis no país.
Com preços dos combustíveis no Brasil nas alturas, a estatal lucrou R$ 44,5 bl no 1º trimestre deste ano, distribuiu US$ 10,2 bi para acionistas, mas investiu pouco na extração do petróleo do pré-sal.
A Petrobras lucrou quase seis vezes mais do que as petrolíferas estrangeiras no primeiro trimestre deste ano, mas como investiu pouco, quem ganhou com os altos preços dos combustíveis no país foram os seus acionistas.
No primeiro trimestre deste ano, a Petrobras lucrou R$ 44,5 bilhões, uma alta absurda para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e Ciro Nogueira, dono do Progressistas.
Depois do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira acusar a “República Federativa da Petrobras” de estar em “guerra” com o Brasil, o ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira também atacou a estatal no Twitter.
Ciro Nogueira também criticou aumento
A informação de que o Conselho de Administração da Petrobras deu aval nesta quinta-feira (16) ao aumento no preço dos combustíveis repercutiu mal entre aliados do governo.
O ministro de Bolsonaro reprimiu a estatal por “continuar com tanta insensibilidade”, “ignorar sua função social” e “abandonar os brasileiros”. E, assim como Lira, ameaçou a autonomia do conselho de diretores.“Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil. E não pode, por isso, continuar com tanta insensibilidade, ignorar sua função social e abandonar os brasileiros na maior crise do último século”, publicou Ciro Nogueira.
Para Bolsonaro, crítico dos lucros exorbitantes da Petrobras, a empresa deveria pensar nos impactos sociais da inflação e segurar os preços.
