Cerca de 40% do gás natural importado pela Europa vem da Rússia.
A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou que a Europa deve se preparar imediatamente para a interrupção total do fornecimento de gás russo neste inverno e pediu aos países do continente que adotem medidas para reduzir a demanda e manter usinas nucleares antigas abertas.
Fatih Birol, chefe da AIE, disse ao Financial Times que a decisão da Rússia de reduzir o fornecimento de gás para os países europeus na semana passada pode ser o prenúncio de novos cortes, em resposta às sanções adotadas contra Moscou devido à invasão da Ucrânia.
“A Europa deve estar pronta para o caso do fornecimento de gás russo ser interrompido completamente. Quanto mais nos aproximamos do inverno, mais claras ficam as intenções da Rússia. Acredito que os cortes são voltados para evitar o armazenamento das reservas de gás na Europa e aumentar a alavancagem da Rússia nos meses de inverno”, afirmou Birol, acrescentando que o racionamento de gás continua sendo uma possibilidade real, caso os russos reduzam ainda mais as exportações.
A Europa reduziu sua dependência do gás russo de 40% para cerca de 20% desde a invasão da Ucrânia, de acordo com a consultoria ICIS. Países como Suécia, Dinamarca, Itália, Alemanha, Áustria e Holanda apresentaram planos de emergência para preservar o abastecimento de gás, mas nenhum deles inclui o racionamento.
