Atriz escreveu que foi estuprada, engravidou e entregou legalmente o bebê para adoção. Atores e famosos deram apoio a atriz, nas redes sociais.
Depois de ser exposta sobre sua tragédia pessoal, a atriz de 21 anos, divulgou uma carta em que revelou que foi vítima de estupro, engravidou e decidiu entregar a criança para adoção seguindo todos os trâmites legais.
Ela disse que não queria contar esse episódio de sua vida, mas redes de fofocas se proliferaram e trouxeram ataques à atriz.
“Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte porque algo morreu em mim”, declara a Klara.
Klara conta que seguia menstruando normalmente e que não havia ganhado peso. E que ao contar para o médico que havia sido estuprada, se sentiu violada e culpada novamente.
“Esse profissional me obrigou a ouvir coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-la…”, conta Klara na carta.
Klara conta ainda na carta que no dia em que o bebê nasceu, foi abordada e ameaçada por uma enfermeira na sala de cirurgia com as seguintes palavras: “Imagine se tal colunista descobre essa história”. E quando Klara voltou para o quarto, já havia mensagens do colunista Léo Dias com todas as informações.
Depois da divulgação da carta de Klara, o site Metrópoles, publicou repúdio ao ato de seu jornalista. Léo Dias e Antônia Fontenelle, famosos que abordaram o caso, podem responder por difamação, segundo juristas.
Lilian Tahan, diretora de redação do Metrópoles, diz que “O site expôs de forma inaceitável os dados de uma mulher vítima de violência brutal e que a matéria foi retirada do ar”. Nas redes, a revelação dessa história causou indignação contra Léo Dias e contra Antônia Fontenelle.
Conselhos federal e regional de Enfermagem vão apurar a denúncia de Klara Castanho sobre vazamento de dados sigilosos.
Em comunicado, o Cofen “manifesta profunda solidariedade à atriz Klara Castanho, que, após ser vítima de violência sexual, teve o seu direito à privacidade violado, durante processo de entrega voluntária para adoção, conforme assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.
Informa também que, diante dos fatos, determinou a apuração da ocorrência e “tomará todas as providências que lhe couber para a identificação dos responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas pertinentes ao caso”.
“Casos assim devem ser rigorosamente punidos, para que não mais se repitam. Da mesma forma, devem ser execrados comunicadores que deturpam a função social do jornalismo para destruir a vida das pessoas. Vida privada não é assunto público”, afirma o Conselho.