Depoimentos à comissão da Câmara dos EUA que investiga a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 indicam que Donald Trump planejou liderar a marcha de seus apoiadores ao prédio do Congresso, mas queria que o movimento parecesse espontâneo.
Segundo dados das investigações coletadas inclusive em documentos dos Arquivos Nacionais, o então presidente norte americano escreveu um tuíte que dizia: “Farei um grande discurso às 10h do dia 6 de janeiro na Elipse [sul da Casa Branca]. Por favor, chegue cedo, multidões enormes esperadas. Marcha para o Capitólio depois. Pare o roubo!!”, referindo-se a Joe Biden.
O tuíte não foi publicado, mas seu rascunho foi arquivado, e Trump avisou aos aliados que seu plano era direcionar a multidão para o Capitólio, dizem os depoimentos.
Trump pediu em dezembropassado, à Suprema Corte dos Estados Unidos que bloqueasse a entrega de documentos ao comitê legislativo que investiga a violenta invasão do Congresso, por seus apoiadores, na qual cinco pessoas morreram.
Depois de conversar com o então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, em 2 de janeiro, a ex-porta-voz de Trump Katrina Pierson, que ajudava a organizar o comício de Trump, enviou um e-mail a outros organizadores dizendo que o presidente queria “chamar todos a marchar para o Capitólio”.
Outra organizadora do ato, Kylie Jane Kremer, escreveu em 4 de janeiro que o presidente “vai nos fazer marchar até o Capitólio” e que essa informação “não pode vazar (…), porque terei problemas com o Serviço Nacional de Parques e todas as agências”.
É ao Serviço Nacional de Parques que cabe a autorização de manifestações públicas em Washington. Segundo Kremer, Trump iria “simplesmente pedir isso [a marcha dos apoiadores até o prédio do Congresso] ‘inesperadamente'”,” diz o relatório,.