Mais de mil mortos em Portugal com onda de calor
A nova onda de calor bate recordes de temperatura e tempo seco na Europa.
O Reino Unido atingiu, nesta terça-feira (19), a temperatura mais alta da história, segundo o serviço nacional de meteorologia (Met Office). Os termômetros nos arredores do aeroporto de Heathrow, em Londres, marcaram 40,2°C.
Na França, a temperatura deve passar de 40ºC em Paris, uma marca rara na cidade. Enquanto isso, incêndios continuam a consumir a costa atlântica do país.
Em Portugal e na Espanha, até agora, mais de mil pessoas morreram por causa do calor.
Em abril, a Índia e o Paquistão passaram por uma onda de calor que chegou a registrar temperaturas de quase 50ºC.
Com prévia de 40,2°C, Reino Unido bate recorde na história do país em meio a onda de calor pela Europa.
Temperatura foi atingida nos arredores do aeroporto de Heathrow, em Londres. Calor na Europa já matou mais de mil pessoas e causou centenas de incêndios ainda ativos. Recorde antecipa temperatura prevista apenas para 2050, e aquecimento é a causa, afirma chefe do serviço de meteorologia britânico.
A causa dessas temperaturas extremas registradas na Europa é uma área de alta pressão atmosférica (situação de bloqueio) muito intensa e que está estagnada há vários dias. Com isso, o ar fica estável e a umidade baixa, diminuindo as chances de chuva. No verão europeu, os dias são mais longos e as noites mais curtas, o que facilita o aumento de temperatura.
O solo aquece facilmente porque está muito seco e, com as poucas horas no período da noite, ele esfria menos. A cada dia que passa a temperatura vai aumentando.
Além disso, o sistema de alta pressão está carregando os ventos do Norte da África e do Deserto do Saara para a Europa tornando o ar cada vez mais quente e seco por lá.
Um dos pontos que aumentam a vulnerabilidade da região é que a Europa é um grande bloco continental. A terra aquece e esfria mais do que o mar – a água tende a conservar melhor a temperatura. Em relatório especial publicado em 2019, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já apontava que as áreas continentais têm um aumento mais acentuado do calor do que as oceânicas.
Um outro fator que influencia a criação dos eventos de temperaturas extremas é o aquecimento dos polos. Em março deste ano, a Antártica e o Ártico registraram recordes de temperatura na mesma semana — os extremos da Terra apresentaram um calor pelo menos 30ºC maior do que a média para o período.
Os sistemas meteorológicos que causam a alternância entre períodos mais secos e mais chuvosos, e entre mais quentes e mais frios, são conduzidos pelos ventos nos altos níveis da atmosfera.