THUTHUCAS DO CENTRÃO

“Thuthucas”: Centrão da corrupção declara que manda no país, seja quem for o presidente

Com poder de manter ministros do STF intocáveis, grupo corrupto que comanda o legislativo mostra garras em entrevista a jornalista Andréia Sadi

Uma mão lava a outra e as duas lavam o resto, principalmente em se tratando de dinheiro roubado do povo. O Brasil está em alta velocidade rumo ao desgoverno total com o sistema político atual, e isso é inegável.

Quem em sã consciência não enxerga as declarações de um sujeito despudorado, que informa para uma jornalista de renome que o Centrão, (grupo formado por parlamentares que respondem a maioria dos processos por corrupção no país), manda em qualquer “thuthuca” que esteja ocupando a presidência da República.

Faz-se necessária a reflexão neste exato momento em que um presidente da República, ou qualquer outro que lá estivesse, é achincalhado com o apelido jocoso, e na sequência, desautorizado de seu poder por integrantes de um sistema arcaico e corrupto.

A quadrilha eleita pelo povo ao Congresso Nacional, afirma com todas as letras que manda no presidente da República e não só neste, mas em qualquer outro que venha a ocupar o cargo.

Segundo Andréia Sadi da Globo News, se existia qualquer constrangimento ou tentativa de rechaçar a imagem de que partidos no Congresso que formam o chamado Centrão são governistas – independentemente do chefe do Executivo – essa postura está cada vez mais fora de moda entre os principais líderes do bloco.

Ela conta que, reservadamente, a principal reação política de integrantes do Centrão, no Congresso foi a seguinte: o youtuber tem razão no que diz quando provoca o presidente da República com uma frase que sugere que o chefe do Executivo é submisso e comandado pelos pleitos e demandas do bloco.

Isso é uma declaração de poder. Isso é uma declaração escancarada de eu mando e todos obedecem. A declaração do sujeito que pediu anonimato foi além e diz que “o recado do youtuber não é apenas para o atual presidente da República – é para qualquer um que se eleja como chefe do País”, descreveu a jornalista.

Um dos mais importantes aliados de Bolsonaro, da cúpula do Congresso,  ironizou e resumiu assim a polêmica: “Mas ele tá errado? Quem não vai ser tchutchua do Centrão?“.

O Centrão comanda o Senado Federal que é a única possibilidade de apaear dos cargos ministros corruptos do Supremo Tribunal Federal, o STF. Já o STF tem de autorizar os andamentos de investigações contra criminosos com foro privilegiado, nos casos os parlamentares. Este lava mão um do outro propicia a lavagem de dinheiro roubado com a maior naturalidade.

Dinheiro que não é investigado em emendas secretas, escândalos com dinheiro enfiado nas nádegas, anulação de condenações com detalhes processuais e aí não só de políticos, mas de toda gama de criminosos endinheirados.

Esse STF é uma mão lavando a sujeira dos criminosos que lavam as sujeiras cometidas pelos ministros do Supremo. Uma mão lava a outra.

O que dizer de decisões como a do STF, que derrubou a condenação do ex-ministro, Geddel Vieira Lima e do irmão dele, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, pelo crime de associação criminosa no caso das malas com milhões de reais encontradas em um apartamento de Salvador (BA)?

Questiono e lembro: são R$51 milhões em espécie.

Malas apreendidas no apartamento de Geddel Vieira

A Polícia Federal chegou a esse dinheiro em um desdobramento de uma operação que apurou os desvios na Caixa Econômica Federal, no governo de Michel Temer. De acordo com o Ministério Público, era propina que estava sendo escondida pelos irmãos. Este crime está impune. Geddel está fazendo campanha este ano para Luis Inácio, outro beneficiado pelo STF, que teve todas as condenações anuladas, apesar de já até mesmo transitado e julgado, quando já não cabe mais recurso. Uma farra.

Só um certo ministro, soltou com decisões monocráticas dezenas de investigados na operação Lava Jato. Aliás, na Lava Jato, abriu-se mais ainda a porteira da impunidade, e políticos investigados pela operação se deram bem no STF, em 2021.

Réus célebres colheram os frutos das decisões que relaxaram a jurisprudência que havia levado para a cadeia políticos, empresários e operadores de propina. O episódio mais ilustrativo da onda “garantista” foi a anulação das condenações e investigações de Lula e a suspeição do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. Além do ex-presidente, vários outros caciques políticos se beneficiaram com entendimentos firmados anteriormente para escapar de punições.

Isso sem falar dos escândalos atuais, como o orçamento secreto de R$ 30 bilhões deste ano, neste governo, comandado pela escória que domina os cofres públicos, protegida pelo sistema que se diverte com as barras de ouro surrupiadas da Educação, por falsos pastores que aliciam eleitores, que ainda rezam pelo ministro deposto.

Ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores que trocavam verba da educação por barra de ouro estão soltos

Aliás, este mesmo sistema, com controle eleitoral, impediu que o ex-juiz Sérgio Moro, hoje, esteja concorrendo para presidente, numa sequência de jogadas que o tiraram do páreo.

É hora de o Brasil pensar porque estamos nas mãos dessa bandidagem sem fim. Porque some o dinheiro que deveria estar nas escolas, nos hospitais e na geração de renda e emprego. Esse ciclo de lavar mãos precisa ser barrado. Em outubro, as eleições poderiam até mudar o quadro, mas quem escolhe os candidatos a serem apresentados nas urnas, são os próprios. Os donos dos partidos decidem em quem você pode votar. Apenas eles podem indicar os candidatos e os partidos nacionais são o que se pode chamar de verdadeiras quadrilhas especializadas em dilapidar o patrimônio público.

O sistema está falido. Isto não é democracia. Isto é a imposição da cleptocracia.

Victório Dell Pyrro

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