País pode ter, pela primeira vez após a Segunda Guerra, uma primeira-ministra de extrema direita
A pesquisa de boca de urna da eleição na Itália feita neste domingo (25) aponta que a coalizão de direita, formada pelo partido pós-fascista Irmãos da Itália (Fratelli d’Italia, FDI) de Giorgia Meloni, a Liga de Matteo Salvini e Forza Italia (FI) do magnata Silvio Berlusconi, deve sair vencedora das eleições nacionais.
Segundo a rede RAI, o bloco conservador teve entre 41% e 45% dos votos e deve controlar as duas casas do parlamento italiano. O resultado final das eleições deve ser conhecido na madrugada da segunda-feira (26).
A aliança com maior quantidade de parlamentares eleitos nomeia o primeiro-ministro. Se os resultados se confirmarem, o país está a caminho de ter uma primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni.
Essa é a primeira eleição a ser realizada desde que foram adotadas mudanças constitucionais que reduziram o tamanho das duas câmaras parlamentares. Também ocorre no momento em que a terceira maior economia da União Europeia, uma das mais endividadas, tenta lidar com a disparada dos preços da energia, as taxas de juros crescentes e as consequências da invasão russa da Ucrânia.
Essas eleições são diferentes das últimas no país, já que apresentam uma série de desafios em questões econômicas e políticas.
Segundo o acordo que vigora há anos entre os líderes dos partidos de direita, a formação mais votada será aquela que designará o candidato ao cargo de chefe de Governo.
O FDI aparecia nas pesquisas à frente de seus aliados, com cerca de 24% das intenções de voto, contra 12% da Liga e 8% do Forza Itália.
Se os resultados oficiais confirmarem as pesquisas, significa que, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, a Itália, um dos países fundadores da União Europeia (UE), será governado por um primeiro-ministro que pertence a um partido político pós-fascista e eurocético.