Como é a política de ‘covid zero’ que causa protestos na China

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A China tem um dos protocolos mais rigorosos de combate à covid do mundo, mas ultimamente as medidas têm levado cidadãos a se manifestarem nas ruas.

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Por Wanyuan Song, BBC


Dezenas de milhões de pessoas estão vivendo sob algum tipo de restrição na China — Foto: GETTY IMAGES
Dezenas de milhões de pessoas estão vivendo sob algum tipo de restrição na China — Foto: GETTY IMAGES

Protestos estão acontecendo na China por causa das rígidas medidas de isolamento e lockdown impostas pelo governo com sua política de “covid zero”.

Manifestantes exigem que as regras sejam relaxadas, apesar do aumento de casos no país.

Nos últimos meses, bloqueios ocorreram em várias cidades, incluindo Shenzhen, uma cidade de 17,5 milhões de pessoas e centro tecnológico, e Xangai, uma cidade de 26 milhões que é um centro industrial, comercial e financeiro.

Dezenas de milhões de pessoas estão vivendo sob algum tipo de restrição. Algumas regras, no entanto, foram relaxadas.

O isolamento agora é por 8 dias, em vez de 10 — sendo 5 no centro de isolamento e 3 em casa.

A China também está permitindo desembarques internacionais com regras menos rigorosas de quarentena pela primeira vez desde março de 2022.

Como são as regras de lockdown na China?

A China tem um dos protocolos mais rigorosos de combate à covid do mundo. As medidas incluem:

  • As autoridades locais devem impor lockdowns rígidos — mesmo que apenas alguns casos de covid sejam encontrados;
  • Testes em massa são realizados em locais onde casos foram relatados;
  • Pessoas com covid são isoladas em casa ou colocadas em quarentena em instalações governamentais;
  • Empresas e escolas são fechadas em áreas de lockdown;
  • As lojas também devem fechar — exceto as que vendem alimentos;
  • Os lockdowns duram até que nenhuma nova infecção seja encontrada.
A china tem um programa de testagem em massa para diagnóstico de covid — Foto: GETTY IMAGES
A china tem um programa de testagem em massa para diagnóstico de covid — Foto: GETTY IMAGES

Quantos casos de covid há na China?

Recentemente, a China teve seu primeiro pico de mortes por covid-19 em seis meses, com 320 mortos no último mês, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Na segunda-feira, o país registrou 40.052 novos casos de covid. O pico anterior havia sido em abril.

Novas infecções têm sido relatadas em toda a China. A Província de Guangdong, no sul, foi a região mais afetada.

Mas o número total de infecções e mortes permanece muito baixo em comparação com outras partes do mundo.

  — Foto: BBC

— Foto: BBC

Quais vacinas a China está usando?

Apenas cerca de metade das pessoas na China com 80 anos ou mais receberam suas primeiras vacinas.

Menos de 60% das pessoas com idade entre 60 e 69 anos estão totalmente vacinadas.

Os idosos correm maior risco e o governo tem incentivado essa população a se vacinar.

Ainda não está clara qual é a eficácia contra a variante ômicron das principais vacinas usadas na China — e essa é a cepa mais difundida do coronavírus hoje.

A Organização Mundial da Saúde orienta que a China mude seu método de lidar com a covid — Foto: GETTY IMAGES
A Organização Mundial da Saúde orienta que a China mude seu método de lidar com a covid

Os países ocidentais ofereceram à China vacinas mais eficazes, mas a China se recusou a usá-las de forma ampla.

O governo não deu nenhuma explicação oficial. No entanto, algumas pessoas acham que o governo da China teme admitir que falhou em desenvolver vacinas adequadas contra a ômicron por conta própria.

A Organização Mundial da Saúde recomendou que a China mude seu método de lidar com a covid.

No entanto, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que a política de “covid zero” é “científica e eficaz”.

Por que a China ainda está tentando atingir a meta de ‘covid zero’?

A China está seguindo uma política que chama de “zero dinâmico” — agindo sempre que o coronavírus surge para erradicá-lo.

O governo da China diz que isso salva vidas, porque surtos descontrolados colocariam muitas pessoas vulneráveis ​​em risco, incluindo idosos.

Os bloqueios rígidos contribuíram para que o número de mortes na China permanecesse relativamente baixo desde o início da pandemia — o número oficial é de pouco mais de 5.200, mas a Universidade de Johns Hopkins registra 15 mil mortes.

Mas mesmo considerando o número da universidade, a quantidade de mortos por milhão na China ainda é muito menor do que em países como os EUA, Reino Unido ou Brasil.

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