Artemis passou 64 mil quilômetros para lá do outro lado da Lua
A missão Artemis I da Nasa deve amerissar (pousar nas águas) no Oceano Pacífico, neste domingo (11).
A cápsula Orion, será recuperada por funcionários da agência espacial e pela Marinha dos Estados Unidos.
A missão Artemis I foi lançada durante a madrugada no dia 16 de novembro. Depois de 26 dias, o foguete Space Launch System (SLS), o mais poderoso do mundo, deixou a plataforma de lançamentos 39B, no Kennedy Space Center, às 3h47, impulsionando a cápsula Orion com destino à Lua.
Essa primeira fase do programa de retorno ao nosso único satélite é completamente sem tripulação, mas com alguns manequins na cabine. A agência planeja pousar a primeira mulher e a primeira pessoa negra na Lua em 2025.
Por isso, com o retorno da Orion, a Nasa vai agora avaliar as mais diversas condições físicas e dados computacionais relacionados a trajetória da missão, para assim verificar se de fato poderá mandar algum ser humano nesta mesma cápsula.
A próxima missão da agência, por exemplo, a Artemis II é esperada em meados de 2024 e será bem semelhante à Artemis I, mas com a diferença que levará uma tripulação humana, que ainda não foi escolhida.
Já a Artemis III será a primeira missão tripulada da agência espacial americana que pousará na Lua desde 1972. A agência pretende fazer história com o programa e pousar a primeira mulher e a primeira pessoa não-branca na superfície lunar em meados de 2025.
Para que tudo isso dê certo, porém, a Nasa vai avaliar agora os mais diversos dados da Artemis I.
Um dos principais objetivos da agência durante essa primeira viagem é medir fatores como a vibração dentro da Orion, a aceleração e a radiação.
A cápsula tem cerca de 20 metros e foi projetada para suportar o ambiente hostil do espaço. Apesar disso, nenhum equipamento construído pela agência espacial enfrentou as altíssimas temperaturas de retorno que a cápsula deve sofrer neste domingo.
Uma ‘tripulação’ diferente
Esta primeira fase da Artemis está trazendo de volta à Terra três manequins, chamados de Helga, Zohar e Comandante Moonikin Campos, que serão usados pela agência americana para coletar alguns dos principais dados da missão.
São essas informações que ajudarão a Nasa entender o que os futuros astronautas de carne e osso experimentarão durante uma possível missão tripulável.
Além disso, a Nasa enviou ao espaço uma série de itens. O ‘kit de voo oficial’ inclui bandeiras de países, microchips com nomes dos funcionários que trabalharam na Artemis I, pen-drives, insígnias de escoteiros, mascotes como o Snoopy (famoso personagem do cartunista Charles Schulz) e até uma réplica impressa em 3D da deusa Artemis.
Enquanto as missões Artemis visam principalmente explorar o nosso satélite natural, os objetivos de longo prazo da Nasa são ainda mais ambiciosos. No futuro, a agência espera que o programa ajude no desenvolvimento da ciência astronômica que permitirá a exploração humana de Marte.
A Nasa explica que as missões lunares oferecem uma oportunidade perfeita para a testagem de ferramentas, equipamentos e tecnologias que podem ser úteis numa viagem tripulada ao planeta vermelho.
Mas isso é algo que deve ocorrer somente no final da próxima década, na melhor das expectativas.