Etanol vai subir R$ 0,26 por litro e diesel, R$ 0,33 por litro
A decisão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, de não prorrogar a medida que isenta o pagamento de PIS e Cofins sobre combustíveis, anunciada na terça-feira (27), pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad vai impactar diretamente no bolso do motorista e aumentar a inflação a partir do dia 1⁰.
Lula pediu ao governo Bolsonaro para não estender a desoneração. A desoneração acontece quando o governo abre mão de cobrar um imposto.
A isenção foi estabelecida pelo governo Jair Bolsonaro no início do ano, para baixar os preços, impactados pela guerra na Ucrânia, e tem validade só4 até o fim deste mês.
Segundo Haddad, que já havia negociado com o atual ministro da Fazenda, Paulo Guedes, a prorrogação da isenção, Lula não quer abrir da cobrança.
“Eu levei um pedido do presidente eleito para que o governo atual se abstenha de tomar qualquer medida na última semana que venha impactar o futuro governo, sobretudo em temas que podem ser decididos daqui a dez dias, quinze dias, sem atropelo. Para que a gente tenha sobriedade de fazer cálculo de impacto, verificar a trajetória do que a gente espera das contas públicas ao longo dos próximos anos”, disse Haddad.
Segundo um levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a volta da cobrança dos tributos federais sobre combustíveis deve aumentar o preço para os consumidores.
Veja projeçãode aumento:
- Gasolina: R$ 0,69 por litro
- Etanol: R$ 0,26 por litro
- Diesel: R$ 0,33 por litro
Medida também vai dobrar inflação de janeiro
A retomada dos impostos sobre os combustíveis pode, inclusive, dobrar a inflação oficial medida em janeiro. Segundo economistas, a expectativa era de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, ficasse em 0,5% em janeiro de 2023, mas a decisão de Lula mudou o cenário.
A retomada da tributação dos combustíveis deve elevar o IPCA em 0,55 ponto percentual. Com isso, a alta do nível geral de preços pode ultrapassar 1% no mês.
Contas públicas
A cobrança vai garantir para Lula cerca de R$ 50 bilhões por ano recolhidos do trabalhador aos cofres públicos e ajudar a segurar o rombo de R$ 231,5 bilhões esperado por conta da aprovação da PEC da Transição de Governo, que permite o pagamento de promessas de campanha do PT, como a de dar R$ 600 de Bolsa Família.
Sem a PEC aprovada a toque de caixa pelo Congresso, a previsão de déficit para a União no ano que vem seria de R$ 63,7 bilhões.
