Thomas Caitano foi socorrido levado às pressas ao hospital pelos pais
Thomas Caitano de apenas dois anos está em estado grave após ter sido picada por um escorpião durante a madrugada do ano novo. Segundo a mãe, Adriana Caitano, o menino Thomas Caitano respira com o auxílio de aparelhos.
Adriana conta que tudo começou por volta das 4h, quando a criança acordou e chamou pelos pais. “Ele estava chorando muito, coçando a cabeça e gritando muito de dor”, conta. O pai da criança, então, perguntou se o pequeno havia visto algum inseto no local e passou a vasculhar o quarto. “Quando levantamos o travesseiro, vimos um escorpião, já grande. Percebemos que era grave e só o pegamos no colo, meu marido deu conta de capturar o escorpião, e saímos correndo”, relembra.
Ao perceberem a gravidade, os pais foram diretamente para o Hospital Regional de Taguatinga em busca de socorro, pois o marido de Adriana obteve a informação de que, em caso de picada de escorpião, deve-se encaminhar a vítima ao HRT e ao HRAN, hospitais de referência no atendimento a pessoas envenenadas por picadas de escorpião. Mãe e pai ainda entraram em contato com o Corpo de Bombeiros para confirmação.
A criança deu entrada no HRT em estado grave, alegando dor e vomitando bastante, exigindo tratamento imediato por meio do soro antiescorpiônico, medicamento utilizado em envenenamentos moderados e graves. De acordo com a equipe médica do hospital, a agilidade e precisão dos pais foi essencial e fez toda diferença no estado de saúde da criança.
Após o início do tratamento, Thomas começou a hiperventilar. Foi identificado que os pulmões haviam sido afetados, fazendo com que fosse necessária a sua transferência para uma unidade de terapia intensiva (UTI). A mãe da criança alegou que faltou equipamentos no momento da intubação e afirma que o atendimento poderia ter sido melhor caso houvesse estrutura. A UTI do hospital em que a criança estava internada não está funcionando. “Conseguiram uma vaga em um hospital via convênio SUS, mas não tinha médico para acompanhar meu filho na ambulância. Então, não podiam liberar essa transferência”, revela a mãe de Thomas.
Nesse período, os pais entraram em contato com plano de saúde e o hospital particular que já conheciam para liberação da vaga previamente e da ambulância. “Ainda assim, a ambulância não tinha o pediatra para acompanhar e não tinha alguns equipamentos que eram necessários para o tratamento dele, justamente porque tinha coisa que estava destinada para a posse presidencial”, pondera.
No momento, Thomas Caitano está internado no Hospital Brasília de Águas Claras. O seu estado clínico é grave e trata-se de um quadro inflamatório pois o veneno do escorpião afetou o coração e os pulmões. Segundo a mãe, na manhã desta segunda (2), dois carros da vigilância em saúde deslocaram-se até a sua residência, em Arniqueiras, sem que houvesse solicitado a visita da equipe.
A média móvel de casos de scidentes com escorpiões registrados no DF é de 35,9 casos por dia. As regiões com maior incidência são Planaltina, Ceilândia e São Sebastião.
Todo escorpião é venenoso. Eles estão na classe dos aracnídeos, predominantes em zonas tropicais e subtropicais, onde há maior temperatura e umidade. As espécies mais comuns no Distrito Federal são o Tityus serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, o Tityus fasciolatus, de patas rajadas e o Bothriurus araguayae, que é preto. Eles vivem entre dois a seis anos e não há inseticida que mate o animal.