Quando corrigidos pela inflação, números mostram que petista gastou muito mais que Bolsonaro no cartão da Presidência
Quando corrigidos pela inflação, os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro com cartão corporativo são menos da metade dos gastos de Lula em seu primeiro mandato entre 2003 e 2006.
Em valores nominais, em seu primeiro governo, Lula gastou R$ 22,05 milhões, enquanto Jair Bolsonaro gastou R$ 27,6 milhões. Em valores de dezembro de 2022, no entanto, é como se Lula tivesse gasto R$ 60,7 milhões, e Bolsonaro R$ 30,8 milhões.
Os dados foram apurados estão na base de gastos com o cartão corporativo, divulgados nesta quinta-feira (12) pelo governo Lula. Lá, estão registradas 29.156 compras do primeiro mandato de Lula; 36.714 do segundo (2007-2010); 18.332 do primeiro mandato de Dilma (2011-2014), 20.337 dos mandatos de Dilma 2 e Temer, e 13.339 compras de Jair Bolsonaro.
Há registro de ao menos 21 CPFs (Certidões de Pessoas Físicas) diferentes tendo feito gastos no cartão de Bolsonaro durante o mandato. A 1ª despesa foi realizada em 4 de janeiro de 2019 -uma compra de R$ 303,78 em uma rede de supermercados em Brasília. A última, em 4 de dezembro de 2022, também foi feita no mesmo estabelecimento, por R$ 54,66.
No caso do ex-presidente, o uso do cartão predominou em gastos com hospedagem, que concentraram 49,5% do total.
Ainda em valores corrigidos pela inflação, o governo de Jair Bolsonaro gastou menos que os mandatos de Lula 2 (R$ 48,9 milhões) e Dilma 1 (R$ 42,3 milhões). Os gastos só não são menores que os mandatos combinados de Dilma 2 e Michel Temer que, entre 2015 e 2018, gastaram juntos cerca de R$ 25,5 milhões.
Os dados também revelam que o primeiro mandato de Lula teve gastos médios de R$ 41.636 por dia de governo, enquanto Bolsonaro teve média de R$ 21.117. O governo mais econômico foi o de Michel Temer, que teve média de R$ 15.857.