Ministro da Defesa deu a declaração após reunião com Lula e comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica
O ministro da Defesa, que comanda o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, José Múcio Monteiro afirmou nesta sexta-feira (20), que os comandantes das Forças Armadas concordam com punições aos militares que estão sendo acusados de participar dos atos contra o governo, o STF e o Congresso Nacional.
Múcio disse também que não houve envolvimento “direto” das Forças Armadas nos atos. Ele participou de reunião com os chefes do Exército, general Júlio Cesar de Arruda; da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno; e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (20).
“Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve sua participação, ele vai responder como cidadão”, disse o ministro da Defesa.
Na última quarta-feira (18), Lula defendeu publicamente punições a militares que tenham envolvimento com os ataques em Brasília.
“Os militares estão cientes e concordam que nós vamos tomar as providências. Evidentemente que, no calor da emoção, nós precisamos ter cuidado para que essas acusações sejam justas, para que as penas sejam justas. Mas tudo será providenciado em seu tempo”, acrescentou.
Múcio afirmou ainda que os militares estão “atrás ou aguardando” as comprovações de eventuais violações de regras da carreira militar para a tomada de providências.
Na avaliação do ministro, outros ataques, como os do dia 8 de janeiro, não vão mais acontecer.
“Não tenho a menor dúvida que outro [ataque] daquele não vai acontecer, até porque as Forças Armadas vão se antecipar”, disse.
Além de Lula, Múcio e os militares, participaram do encontro o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, e outros cinco empresários.
O grupo, segundo o ministro da Defesa, discutiu “investimentos da indústria de defesa do Brasil’.
“Se os senhores me perguntarem, como me perguntou, se nós tratamos sobre o dia 8 [de janeiro], nós não tratamos. Isso está com a Justiça. Nós tratamos da capacidade de geração de emprego que o Brasil tem na indústria de defesa. E teve a presença do presidente da Fiesp, Josué, e de outros cinco empresários. Todos propondo soluções para que nós coloquemos recursos na indústria de defesa brasileira”, afirmou.
O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também estavam presentes na audiência.