Flávio Dino, xingado de ladrão, registra ocorrência

Ministro da Justiça foi em num prédio residencial de Brasília neste domingo (29), quando um morador o chamou de “ladrão” e ofendeu os seguranças que o acompanhavam

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O ministro da Justiça, Flávio Dino foi xingado de “ladrão” por um dos moradores de um prédio residencial de Brasília visitado pelo ministro da Justiça neste domingo (29), relata o site Metrópoles.

O morador, segundo o site, também ofendeu os seguranças que acompanhavam o ministro, ao chamá-los de de “cachorros do Dino”.

Indignado, o ministro registrou uma ocorrência policial pelo xingamentos, na 3ª DP da capital federal, e a polícia pretende ouvir o morador nesta segunda (30).

O homem deverá responder por desacato, apesar das inúmeras denúncias contra Flávio Dino, exatamente por corrupção. Em 2017, A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Dino.

Naquele ano, o ministro Edson Fachin encaminhou o pedido ao Superior Tribunal da Justiça (STJ). Segundo o delator José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, em 2010, quando era deputado federal, Flávio Dino pediu R$ 400 mil para defender na Câmara dos Deputados um projeto de lei que beneficiaria a construtora.

O projeto atribuiria segurança jurídica a investimentos do grupo Odebrecht. Num dos encontros, o então deputado também pediu ajuda para a sua campanha eleitoral ao Governo do Estado do Maranhão.

O então deputado federal, Flávio Dino, recebeu o total de R$ 400 mil, pagamento efetuado pela Odebrecht para a sua campanha ao Governo do Estado do Maranhão. A senha para receber o repasse foi entregue para o próprio parlamentar. A operação foi realizada pelo setor de operações estruturadas e registrada no sistema “Drousys”.

O homem que xingou Flávio Dino de Ladrão poderá ou não ter a sorte de Roberto Rocha.

O ex-governador socialista do Maranhão Flávio Dino perdeu processo no STF em que tentava condenar o senador Roberto Rocha (PTB-MA) por haver denunciado gastos de R$1 milhão, durante a pandemia, em trufas, bacalhau e canapés.

Dino saboreia um canapé, mas não condenou senador que o denunciou por gastar R$ 1Milhão com iguarias

A decisão foi do ministro André Mendonça, ao recusar a queixa-crime de Dino contra o senador por haver revelado o fato com especiarias do então governador maranhense. O Estado é considerado o mais pobre do Brasil.

Assim como perde Dino também se dá bem com a Justiça. Principalmente no Maranhão.

Flávio Dino não gosta de ser xingado de ladrão em público, obviamente, e as investigações contra o ministro são públicas e notórias, apesar de sigilo imposto. O Ministério Público do Estado do Maranhão (MP-MA) colocou sob sigilo a investigação sobre suposta pratica de crime de peculato do ex-governador Flávio Dino.

Segundo a imprensa local, o processo é cheio de caminhos estranhos, ficou paralisado indevidamente e não foi encaminhado para Justiça comum, mesmo depois de Dino perder o foro privilegiado.

O procedimento investigatório contra Dino, foi aberto no dia 27 de maio. E estava cadastrado no sistema do MP como “atendimento ao público”, termo usado internamente, para fins estatísticos, para designar o recebimento de documentos e objetos pelo órgão, depois sumiu.

O ex-governador do Maranhão, não possuia foro privilegiado desde quando deixou a chefia no Executivo, em 2 de abril. Apesar disso, final de junho, quando ainda estava disponível para controle social, o caso não havia sido encaminhado para nenhuma das mais de 30 promotorias de Justiça Criminal da capital.

O chefe do Ministério Público maranhense é Eduardo Jorge Hiluy Nicolau, colocado no cargo em 2020 por decisão de Dino, embora não tenha sido o mais votado na lista tríplice para comando da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça).

Eduardo Nicolau, ganhou os holofotes atualmente ao ser alvo de uma nota pública da bancada federal do Maranhão que o acusa de usar o cargo politicamente. Ocorre que, ainda em 2017, quando corregedor do Ministério Público, Nicolau estava envolvido no escândalo de corrupção conhecido como “Aluguel Camarada”. A máfia consistia na locação de imóveis a preços superfaturados a pessoas alinhadas ao governo. Entre eles estava Eduardo Nicolau.

Nicolau também atua contra quem investiga Flávio Dino. A promotora de Defesa do Consumidor, Lítia Cavalcante, também foi alvo de ação do procurador-geral suspeitas de motivações políticas. A promotora afirma que após entrar no caso de falência do sistema de ferryboat, começou a sofrer pressões e perseguições no Ministério Público.

O ex-governador Flávio Dino é acusado de fraudar licitações para beneficiar empresas no sistema de transporte do ferryboat. O esquema resultou na falência do serviço e Eduardo Nicolau teria atuado contra Lítia para proteger o aliado, segundo aimprensa maranhense.

Flávio Dino, assim como Ibaneis Rocha no Distrito Federal deveria ter sido afastado do cargo. Segundo o deputado do PL de Minas Gerais, Marcelo Álvaro Antônio afirma, o ministro da Justiça foi informado com antecedência pela Abin sobre possíveis episódios de violência e não tomou providências gerando milhões em prejuízos com depredação e ameaça ao sistema democrático de direito. Para o deputado Flávio Dino agiu propositadamente e deveria ser punido, além de afastado do cargo.

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