Lula transfere ABIN para Casa Civil

Agência de inteligência deixa de ser comandada por um militar, quase dois meses depois de vandalismo nos prédios da Praça dos três Poderes

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transferiu a  Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a Casa Civil.

Medida foi oficializada por meio de decreto publicado nesta quinta-feira (2) no Diário Oficial da União (DOU). Antes, a Abin integrava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Rui Costa

O GSI é comandado pelo general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, que chefiou a segurança da presidência da República durante os dois primeiros mandatos de Lula.

A Abin é o principal órgão de inteligência brasileiro e, agora, com a transferência para a Casa Civil, que é comandada pelo petista Rui Costa, deixa de estar sob guarda-chuva de órgão comandado por um militar.

A mudança acontece quase dois meses após vândalos invadirem as sedes dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro e quebrarem tudo, pedindo a prisão de Lula e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto foram depredados.

Em 8 de janeiro, a Abin alertou autoridades locais de segurança do Distrito Federal entre 9h e 10h sobre bolsonaristas que incitavam possível invasão e depredação de prédios públicos.

Os alertas foram feitos dias e também horas antes do deslocamento dos bolsonaristas para a Esplanada dos Ministérios, que começou por volta das 14h.

Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro fizeram o trajeto do acampamento que montaram em frente ao Quartel-General do Exército até o Congresso Nacional escoltados pela Polícia Militar do DF.

Em menos de uma hora, os vândalos deram início à invasão do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. Eles quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.

Entre os dias 8 e 9 de janeiro, foram presas 1.400 pessoas. Destas, 767 permaneciam presas até esta terça-feira (28).

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