Ditador rompe todas relações entre regime nicaraguense e Igreja Católica
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega ordenou neste domingo (12) o fechamento da embaixada do Vaticano no país e a da Nicarágua no Vaticano.
O Papa Francisco comparou a ditadura no país da América Central a regimes de Adolf Hitler e da União Soviética. Ortega já havia prendido padres e freiras por criticarem a ditadura imposta por ele no país.
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, ordenou o fechamento da embaixada do Vaticano, em Manágua, e da embaixada da Nicarágua, no Vaticano, segundo uma autoridade da Igreja Católica.
“Com muito respeito, não tenho escolha a não ser pensar em um desequilíbrio na pessoa que lidera [Daniel Ortega]. Lá, temos um bispo preso, um homem muito sério, muito capaz. Ele queria dar seu testemunho e não aceitou o exílio. É uma coisa que está fora do que estamos vivendo, é como se estivesse trazendo a ditadura comunista de 1917 ou a ditadura hitlerista de 1935”, disse o Papa Francisco hádois dias.
Em agosto, a polícia da Nicarágua prendeu o bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez, e outras sete pessoas. Foram detidos quatro sacerdotes, dois seminaristas e um funcionário da diocese. Desde então, Francisco vem pedindo, publicamente, pela soltura deles.
Segundo a polícia nicaraguense, Álvarez e os demais religiosos são acusados de organizar grupos violentos, fomentar o ódio e realizar atividades desestabilizadoras e provocadoras.
Segundo o Observatório Pró-Transparência e Anticorrupção, entre abril de 2018 e maio de 2022, houve ao menos 190 agressões contra a Igreja Católica na Nicarágua.
Paralelamente, em 2019, Francisco pediu a libertação do então bispo auxiliar de Manágua, Silvio José Báez, que atuara na mediação de manifestantes com o regime e acabou acusado de tramar um golpe. Atualmente, Báez está no exílio.