Vocês falam da Shein como se eu conhecesse. Eu não conheço a Shein, disse Fernando Haddad na Cinha sobre gigante chinesa
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, disse não saber quem é a gigante chinasa utilizada por milhões de brasileiros e com faturamento em vendas no Brasil de R$ 2 bilhões anuais, a Shein e-commerce.
Segundo o próprio ministro, ele tomou a decisão da medida da Receita Federal para acabar com a isenção de imposto às encomendas internacionais de até US$ 50 entre pessoas físicas, no início da semana, sem saber que milhões de brasileiros utilizam a plataforma de compras de roupas baratas.
Segundo Haddad, ele desconhecia a empresa e só ficou sabendo da gigante depois da repercussão negativa da taxação.
“Vocês falam da Shein como se eu conhecesse. Eu não conheço a Shein. O único portal que eu conheço é o da Amazon, porque eu compro todo dia um livro, pelo menos”, disse Haddad a repórteres que aguardavam na porta do hotel em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado em Xangai.
Uma das maiores varejistas chinesas, segundo estimativas do BTG Pactual, a Shein já faturou mais de US$ 2 bilhões em vendas a brasileiros em 2021. De acordo com a financeira, naquele ano, o aplicativo da empresa também foi o mais baixado da indústria brasileira, com 23,8 milhões de downloads.
Esses 28 milhões de usuários brasileiros também passaram a conhecer o ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, agora.
A desinformação do homem que cuida da economia brasileira é tamanha, que, apesar dele não ter informações sobre a gigante chinesa, estando na China, seu colega, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin encontrou, no mês passado, vários representantes da Shein.
Representantes da Claure Group estiveram presentes, no dia 15 de março, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços perto do prédio onde Haddad trabalha. A empresa fez, no começo deste ano, um investimento de US$ 100 milhões na Shein da América Latina.
Com a aquisição, o presidente da companhia, Marcelo Claure – que também esteve na reunião com Alckmin – passou a integrar o conselho consultivo da Shein. Em agosto de 2022, se tornou a pessoa mais rica da Bolívia, com o patrimônio líquido de Claure foi estimado em US$ 2 bilhões, segundo a Bloomberg.