O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal ouça, em até 48 horas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias sobre os novos vídeos da área interna do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Dias pediu demissão após a divulgação das imagens em que ele aparece durante invasão do Palácio do Planalto.
Alexandre de Moraes também determinou que o novo chefe interino do GSI, Ricardo Cappelli, informe ao STF em 24 horas a identificação de todos os servidores – civis e militares – que aparecem nas imagens.
O documento foi assinado por Moraes nesta quarta (19) e tornado público nesta quinta-feira (20).
“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, diz trecho da decisão.
Moraes também determinou que o governo informe se cumpriu integralmente duas decisões anteriores assinadas por ele: a obtenção das imagens de “todas as câmeras do Distrito Federal” e a oitiva de todos os envolvidos na contenção dos atos.
As imagens que estavam escondidas pelo governo e com sigilo de 5 anos, foram divulgadas pela “CNN” e mostram o então ministro do GSI, Gonçalves Dias, que é amigo de Lula há 30 anis, e servidores do ministério caminhando entre manifestantes golpistas nos andares mais altos do Palácio do Planalto, no momento da invasão em 8 de janeiro.
Nos vídeos, a equipe do GSI dá água para os invasores e indica uma saída de emergência a eles. O general Gonçalves Dias diz que sua equipe estava direcionando os bolsonaristas que invadiram o Planalto para o segundo andar, onde seriam presos.
Horas após as imagens terem sido divulgadas, Dias e o número 2 do GSI, Ricardo José Nigri, pediram demissão dos cargos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu que o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, será o ministro interino do GSI. Cappelli foi, também, o interventor federal na segurança pública do Distrito Federal nas semanas posteriores aos atos golpistas.
A ação de Moraes difere das tomadas contra o governo local. O ministro afastou o mandatário do cargo e prendeu o responsável pela segurança. Ibaneis só retornou ao cargo 66 dias depois, após as investigações não apresentarem provas contra o governador.
No caso do responsável pela segurança do DF, ex-ministro da Justiça, Anderson Torres continua preso.