Alejandro Toledo, que foi presidente de 2001 a 2006, é procurado no Peru por acusações de ter recebido mais de 25 milhões de dólares da construtora brasileira Odebrecht em troca de ajuda na obtenção de contratos de obras públicas
O ex-presidente peruano Alejandro Toledo se entregou às autoridades dos Estados Unidos nesta sexta-feira (21), disse um representante do US Marshals Service à Reuters. No dia anterior, o político tentou bloquear sua extradição para o Peru por acusações de corrupção, mas teve o pedido negado.
Toledo, que foi presidente de 2001 a 2006, é procurado no Peru por acusações de ter recebido mais de US$ 25 milhões da construtora brasileira Odebrecht em troca de ajuda na obtenção de contratos de obras públicas. Os promotores estão buscando uma sentença de 20 anos de prisão.
Toledo nega ter solicitado ou recebido propina. Ele não foi acusado criminalmente nos Estados Unidos. O ex-presidente será transferido para Lima, em dois ou três dias, disse Silvana Carrion, promotora local responsável pelo caso, à emissora local Canal N.
David Bowker, advogado de Toledo, disse que o cliente ficou desapontado com a decisão do juiz e que o ex-presidente peruano é vítima de um “processo político”. Segundo ele, o sistema de justiça do Peru é falho e o caso contra Toledo “baseia-se em grande parte no testemunho não confiável de dois criminosos confessos”.
“[Toledo] nunca terá uma oportunidade justa de provar sua inocência”, afirmou Bowker.
O ex-presidente foi preso nos Estados Unidos em julho de 2019 após um pedido formal do Peru para sua extradição. Ele foi libertado sob fiança em 2020 e morava na Califórnia até pelo menos o ano passado.
Além de Toledo, foram investigados pelo caso Odebrecht os ex-presidentes peruanos Alan García (que acabou se suicidando quando seria preso), Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski. Assim como a líder da oposição Keiko Fujimori.