Nove militares do GSI prestam depoimento à PF neste domingo (23/4), após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF
Nove militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) prestam depoimento à Polícia Federal, neste domingo (23/4), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os servidores aparecem em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto, gravadas no dia 8 de janeiro, durante invasão promovida por vândalos.
O primeiro grupo de militares chegou à sede da PF por volta das 10h. Um dos convocados dessa primeira leva foi o general Carlos Feitosa Rodrigues. Os outros servidores do GSI devem chegar às 14h para prestar esclarecimentos.
Entre os convocados está o capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira, flagrado nas imagens das câmeras de segurança dando água para os manifestantes golpistas.
A lista com os nomes dos militares foi entregue ao STF pelo ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, após ordem de Moraes para que todos fossem identificados e ouvidos.
Os servidores foram identificados após vídeos mostrarem o então chefe do GSI, general Gonçalves Dias, em clima ameno com os manifestantes no dia 8 de janeiro. Com a repercussão negativa, o militar pediu para deixar o cargo.
A íntegra das imagens do circuito interno, que chega a mais de 200 horas de gravação, foi entregue ao STF.
Veja quem são os militares flagrados em imagens da invasão ao Planalto
General Gonçalves Dias
O general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias deixou o cargo de ministro do GSI após aparecer em imagens que mostram o momento em que manifestantes invadem o Palácio do Planalto. O militar já ocupou cargos de chefia nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Conhecido no meio militar como “general do Lula”, Gonçalves Dias entrou no Exército em 1969 por meio da Escola Preparatória de Cadetes do Exército e chegou a ser secretário de Segurança da Presidência da República.
Capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira
Nas imagens divulgadas, o militar aparece distribuindo água aos invasores no Planalto. O capitão é formado na Academia Militar de Agulhas Negras e participava da equipe de viagens de Jair Bolsonaro. Pereira foi nomeado a um posto no GSI em 2020 e acabou afastado do cargo pelo general Gonçalves Dias.
General Carlos Feitosa Rodrigues
O militar comandou a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial até 23 de janeiro de 2023 e estava no cargo desde maio de 2021, nomeado pelo ex-presidente Bolsonaro. Entre 2019 e 2020, o general era comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, na região amazônica.
Coronel Wanderli Baptista da Silva Júnior
Wanderli Baptista da Silva Júnior é ex-comandante do 4º Batalhão de Polícia do Exército e integrou a Academia Militar das Agulhas Negras, mesmo local onde Bolsonaro frequentou durante a sua carreira militar.
O militar também chegou a receber, em 2020, o título de “Cidadão do Recife”, conferido pela câmara municipal da capital pernambucana e comandou a Operação Pacajá, em 2005, responsável por controlar tensões no Pará após o assassinato da freira Dorothy Stang.
Coronel Alexandre Santos de Amorim
O militar era coordenador de Avaliações de Risco do GSI e chegou a ser citado, em depoimento à Polícia Federal, pelo general Gustavo Henrique Dutra ao elaborar um relatório classificando as manifestações antidemocráticas como “risco laranja”.
Coronel André Luiz Garcia Furtado
André Furtado foi nomeado em abril de 2020 pelo então ministro do GSI, Agusto Heleno, para coordenar a Segurança de Instalações. Entre 2009 e 2011, durante as gestões Lula e Dilma, chegou a trabalhar na Presidência da República.
Tenente coronel do Exército Alex Marcos Barbosa Santos
Alex Santos entrou no GSI em agosto de 2019 como assessor técnico militar. Anteriormente, trabalhou no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília e em 2022 chegou a receber a medalha da segurança presidencial “em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à segurança presidencial” do ex-GSI Augusto Heleno.
Tenente coronel do Corpo de Bombeiros Marcus Vinicius Braz de Camargo
O militar foi nomeado em janeiro deste ano para atuar na chefia da Assessoria Especial Parlamentar do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Antes disso foi chefe da assessoria parlamentar do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Capitão do Exército Adilson Rodrigues da Silva
Entrou no GSI em dezembro de 2021 e é responsável por auxiliar tecnicamente a seção de processos administrativos da coordenação-geral de segurança das instalações do Departamento de Segurança Presidencial.
Sargento da Aeronáutica Laércio da Costa Júnior
O militar é encarregado da segurança de instalações do Palácio do Planalto e está no GSI desde outubro de 2020.
