Paulo Boudens continua contratado como assessor do parlamentar mesmo depois de denúncias em 2021
Apontado como operador de um esquema criminoso de rachadinha no gabinete do senador Davi Alcolumbre, o advogado Paulo Boudens continua contratado como assessor do parlamentar, recebendo R$ 24 mil por mês em regime de trabalho diferenciado, que não precisa bater ponto, diz a Veja.
O caso das supostas rachadinhas foi revelado pela revista em outubro de 2021. O esquema teria desviado ao menos R$ 2 milhões.
Alcolumbre negou as acusações e disse na época que a responsabilidade era de Boudens. O parlamentar afirmou, ainda, não se lembrar das ex-funcionárias que fizeram a denúncia.
Depois do escândalo, o advogado fechou um acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República e se comprometeu a devolver os R$ 2 milhões.
Funcionários de Alcolumbre afirmaram à Veja que Boudens não comparece ao gabinete há mais de um ano.
Depois de ter seu primo preso, acusado de apoio ao narcotráfico, Davi Alcolumbre foi parar na capa da Veja, que denunciou em 2021 a rachadinha criminosa de 2 milhões de reais em seu gabinete.
De acordo com a reportagem, seis assessoras do senador repassavam-lhe boa parte de seus salários. Uma delas disse:
“Meu salário era acima dos 14 mil reais, mas eu só recebia 900 reais. Eles ficavam até com a gratificação natalina”.
E outra:
“Eles pegaram meu cartão do banco e a senha. Uma pessoa sacava o dinheiro e dava parte na minha mão. Cheguei a ter um salário de 11 mil reais, mas recebia apenas 800 por mês”.
E outra:
“O senador me disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’. Meu salário era mais de 14 mil, mas topei receber apenas 1.350 reais. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”.
Alcolumbre já foi presidente do Senado Federal e atualmente é presidente da Comissão de constituição e Justiça e Cidadania dos senadores.