O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse em reunião do PL, que a “direita não pode perder a narrativa de ser favorável à reforma tributária”. “Porque senão a reforma tributária acaba sendo aprovada e quem aprovou?”, argumentou.
Em seguida, Tarcísio foi interrompido por uma pessoa, que afirmou:
“Mas, se é ruim para o povo, nós vamos ficar ao lado da narrativa?”
“A grande questão é construir um bom texto”, continuou Tarcísio, que foi interrompido novamente, dessa vez pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Pessoal, se o PL estiver unido, não aprovam nada. Vai depender de nós”, disse o ex-presidente, reforçando seu posicionamento contra o texto.
Depois, Tarcísio retomou a palavra, em meio a cobranças. “Eu vou deixar uma coisa clara aqui: eu não estou defendendo a votação no dia de hoje, não. O que eu estou querendo explicar e estou vindo aqui explicar, com a maior humildade do mundo, é que eu acho arriscado para a direita abrir mão da reforma tributária”.
Bolsonaro disse que Tarcísio não é a favor da reforma que será votada, da forma que está.
“Tarcísio não tem, com todo respeito, a experiência política que muitos de vocês têm”, declarou Bolsonaro. O ex-presidente contou que conversou com o governador de SP, e o posicionamento de ambos é que as mudanças no projeto da reforma tributária sejam feitas no relatório, não após a aprovação da proposta, por meio de emendas.
“Não queremos, nessa proposta que está aí, dizer que vai ser melhorada por emendas. Não tem garantia de aprovação. O que o Tarcísio está expondo, e eu conversei longamente com ele, é que essas possíveis emendas entrem, agora, no corpo da PEC [proposta de emenda à Constituição] junto ao relator. E não dá para fazer a toque de caixa”, completou o ex-presidente.
A votação do texto está agendada para as 18h00 desta quinta (6)