Principais áreas de chuva mudariam com menos chuva na Europa, América do Norte e Central, África do Norte e Central e Ásia, e mais na Amazônia, Austrália e África Austral. O gelo do mar se estenderia para o sul, do Ártico ao Atlântico Norte subpolar, e o gelo do mar Antártico se estenderia para o norte
A circulação meridional do Atlântico (AMOC) é um importante elemento de inflexão no sistema climático e um colapso futuro teria impactos severos no clima na região do Atlântico Norte. Nos últimos anos, o enfraquecimento da circulação foi relatado, mas as avaliações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), com base nas simulações do modelo Climate Model Intercomparison Project (CMIP), sugerem que um colapso total é improvável no século XXI.
A inclinação para um estado indesejado no clima é, no entanto, uma preocupação crescente com o aumento das concentrações de gases de efeito estufa. As previsões baseadas em observações dependem da detecção de sinais de alerta precoce, principalmente um aumento na variância (perda de resiliência) e aumento da autocorrelação (desaceleração crítica), que foram relatados recentemente para o AMOC.
A pesquisa mostra significnte estatística baseada em dados atuais. “Estimamos um colapso do AMOC por volta de meados do século no atual cenário de emissões futuras“, diz o estudo.
O trabalho dos cientistas dinamarqueses foi publicado na revista científica “Nature Communications” na terça-feira (25). Apesar das conclusões não serem as mesmas de outras projeções anteriores e soarem ainda mais pessimistas, o estudo vem sendo lido como um novo alerta sobre a necessidade urgente de frear as mudanças climáticas.
A pesquisa foi conduzida pelo físico teórico Peter Ditlevsen e pela matemática e estatística Susanne Ditlevsen.
Segundo o trabalho dos irmãos Ditlevsen, o grande sistema de correntes oceânicas AMOC está mais lento e menos resiliente.
Por isso, segundo eles, a AMOC vai entrar em colapso em algum momento entre os anos de 2025 e 2095 por causa da mudança climática.
A AMOC é uma parte vital do movimento das águas oceânicas, fenômeno que tem um impacto importante na distribuição do calor pelo nosso planeta. Tecnicamente, esse conceito é chamado de circulação termohalina.
Como cerca de 90% do calor global está armazenado nos oceanos, as mudanças nessas correntes influenciam o clima em diversas regiões do globo.
E segundo os pesquisadores da Universidade de Copenhague, a chance de o colapso da AMOC ocorrer é de 95% até 2095. Por isso, de acordo com os cientistas, a única maneira de impedir a paralisação é reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Segundo Peter Ditlevsen, “o colapso da AMOC pode ter consequências muito graves para o clima da Terra, por exemplo, alterando a forma como o calor e a precipitação são distribuídos globalmente“.
De forma resumida, o que ele aponta como a principal consequência do colapso da AMOC é que parte da Europa sofreria com queda da temperatura enquanto haveria aumento nas regiões tropicais do Hemisfério Sul.
As principais áreas de chuva mudariam, levando a muito menos chuva na Europa, América do Norte e Central, África do Norte e Central e Ásia, e mais na Amazônia, Austrália e África Austral. O gelo do mar se estenderia para o sul, do Ártico ao Atlântico Norte subpolar, e o gelo do mar Antártico se estenderia para o norte”.