Mauro Cid disse em delação premiada à Polícia Federal ter entregado “em mãos” a Jair Bolsonaro parte do dinheiro da venda de presentes de luxo
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro disse em depoimento à Polícia Federal (PF), em delação premiada, ter entregue ao ex-presidente, dinheiro em espécie angariado com a venda de objetos de valor recebidos de presente pela Presidência.
O valor seria de US$ 68 mil, com uma parte entregue nos EUA e outra no Brasil. Segundo Cid, o dinheiro foi depositado na conta do pai do tenente-coronel, o general Mauro Lourena Cid, e dali sacado e entregue a Bolsonaro.
“Em mãos. Para ele”, disse à PF o ex-ajudante de ordens do ex-presidente. “A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente achava que não era ilegal”, acrescentou.
Nos depoimentos prestados à Polícia Federal, Cid afirmou que foi ele mesmo quem organizou a venda de dois relógios de luxo, incluindo um rolex do acervo público brasileiro, nos Estados Unidos e repassou o valor recebido ao ex-presidente.
Depois de passar quatro meses preso sob alegação de investigação de falsificação de carteiras de vacinação e de ter sua vida e de sua família revirada pelo avesso, inclusive de filha menor de idade, Cid deixou a cadeia no último sábado (9), com tornozeleira eletrônica.
Ele só foi solto depois que Alexandre de Moraes homologou seu acordo de delação premiada com a PF.