MP investiga prefeito que defendeu castração de meninas

Ministério Público do Rio de Janeiro deu prazo de 10 dias para que Mário Esteves esclareça discurso

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou, nesta segunda-feira (18), uma investigação contra o prefeito de Barra do Piraí, Mário Esteves, inclusive no âmbito da improbidade administrativa, após ele declarar que mulheres deveriam ser castradas. A declaração foi feita na inauguração de uma obra pública, no último dia 14.

“O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione [Caruzo, secretário de Saúde]? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara! É no máximo dois. Fazer uma lei lá na Câmara. É no máximo dois, porque haja creche pra ser ‘construído’ nos próximos anos”

O MPRJ estabeleceu o prazo de dez dias úteis para que o prefeito preste esclarecimentos sobre o teor de seu discurso sugerindo castração.

“Deverão ser comprovadas documentalmente quais medidas de controle populacional foram efetivamente implantadas durante o seu governo, especialmente a quantidade de cirurgias de laqueadura e vasectomia, os critérios para aprovação de tais cirurgias, bem como a distribuição de preservativos e outros métodos contraceptivos na rede municipal de saúde”, aponta o MPRJ.

Em suas redes sociais, Mário Esteves disse que, em nenhum momento, teve “a intenção de ofender quaisquer parcelas da população”, muito menos as mulheres ao sugerir a castração. “Reconheço o equívoco na troca do termo técnico – laqueadura por castrar. No entanto, isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar”, afirmou. “Lamento se a colocação inadequada de uma palavra ofendeu algumas pessoas, em especial, as mulheres. Repito: não foi a intenção.”

Após a declaração, o Podemos, partido do prefeito, decidiu de forma unânime pela expulsão de Esteves da sigla.

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