Exército ameaçou prender Bolsonaro depois que Marinha aderiu a golpe e Aeronáutica se calou

Reunião entre o então presidente e comando das Forças Armadas para discutir golpe foi relatado por Mauro Cid em delação

Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi ameaçado de prisão pelo comandante do Exército, general Freire Gomes em reunião para discutir um golpe de Estado. Ele não apenas disse a Bolsonaro que o Exército não compactuava com um golpe como afirmou à queima-roupa: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”.

Apesar de setores das Forças Armadas estarem favoráveis a um golpe, não havia condições de fazê-lo. Freire Gomes sabia que oa comandantes do Sul Fernando Soares, do Sudeste, Thomaz Paiva, do Leste André Novaes e do Nordeste Richard Nunes não apoiariam.

Além disso, segundo a delação, autoridades americanas civis e militares já haviam dado demonstrações de que não apoiariam um golpe no Brasil. Seis comitivas dos EUA teriam vindo ao Brasil ao longo de 2022 com esta missão de discutir um golpe de Estado por aqui.

Lá nos EUA, os militares não ajudaram Donald Trump a tentar algo desse tipo.

Um dos personagem que melhor ilustra apoio à tentativa nas Forças Armadas, surge quando foi alçado ao comando da Marinha, o almirante Almir Garnier,  que nunca havia comandado nenhuma das duas esquadras da Marinha, nem a do Rio e nem a da Bahia.

Garnier Já havia passado pelo comando do Segundo Distrito Naval, que fica em Salvador, mas pelas esquadras, cujo comando sempre foi uma pré-condição informal, não.

Foi assim, já devedor do presidente da República, que ele assumiu o posto. Jair Bolsonaro bancara sua indicação a despeito de ele não integrar o topo da lista. Para demonstrar lealdade, em 2021 protagonizou um exercício extemporâneo dos fuzileiros navais em Formosa, Goiás e inusitadamente mandou tanques desfilaremem frente ao Paláciodo Planalto.

Os tanques soltavam muita fumaça, o que virou memena Internet. Mas, finalmente, em 2022, virou conselheiro de Bolsonaro. O ex-presidente ligava pra ele em toda encruzilhada em que se via no governo. Garnier havia chegado onde jamais imaginara.

Por isso, quando o ex-presidente, naquela noite de 24 de novembro, em reunião com o comando das três Forças no Palácio do Alvorada, perguntou se os comandantes estariam fechados com ele na contestação ao resultado, Garnier foi o único a responder de bate pronto que sim.

O brigadeiro Carlos Batista, da Aeronáutica, ficou calado, e quem enfrentou o presidente foi o comandante do Exército.

Garnier não participou da cerimônia de posse de seu substituto no comando da Marinha, como Bolsonaro não participou da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

 

 

 

Um comentário

  1. Eu acho que tudo isso é um grande motivo para levar este bandido criminoso para cadeia, não entendo o porquê ainda não mandou colocar este covarde vagabundo na cadeia,

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