Policiais investigavam furto quando empresário, dono de imóvel vizinho, e um vigilante particular atacaram os investigadores
Um tiroteio no bairro de alto padrão em São Paulo, Jardins, deixou três pessoas mortas neste sábado (16).
Uma dupla de policiais foi à região para investigar o furto em uma residência que ocorreu no dia anterior.
O empresário dono da casa vizinha ao furto e seu funcionário teriam confundido os policiais com ladrões e atiraram.
Morreram na troca de tiros a investigadora Milena Bagalho Estevam, de 39 anos, o empresário Rogério Saladino, de 56 anos, e o seu funcionário, o vigilante Alex James Gomes Mury, de 49 anos.
O caso foi registrado como homicídio decorrente de intervenção policial no Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A unidade especial da Polícia Civil investiga ocorrências com morte envolvendo policiais.
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Os dois policiais civis foram ao local num carro descaracterizado do Deic, usando trajes civis, como costumam trabalhar. Para se identificarem, cada um usava um colar com o distintivo da Polícia Civil. Ambos estavam armados.
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Quando a investigadora tocou a campainha de uma casarão vizinho para pedir ao proprietário as imagens das câmeras de segurança que possam ter gravado o furto, Milena foi atingida por um tiro no peito disparado por Rogério. O colega dela reagiu, atirou e baleou o empresário, que caiu.
O funcionário dele, Alex, pegou a arma do patrão no chão e atirou contra os dois policiais. O investigador reagiu novamente e atingiu o vigilante, que morreu no local.
A investigadora e o empresário foram socorridos e levados de ambulância para hospitais da região. A morte dela foi confirmada pela Santa Casa de Misericórdia. A dele foi constatada no Hospital São Paulo.
O DHPP apreendeu quatro armas para serem periciadas: duas que estavam com os policiais e outras duas que eram do dono da mansão. A investigação vai aguardar os resultados dos exames feitos pela Polícia Técnico-Científica nas armas para saber quem atirou em quem. Milena não teria atirado, segundo policiais ouvidos pela reportagem.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil ainda encontrou “porções de maconha” na residência dele. A pasta informou que Rogério tinha passagens criminais anteriores pela polícia por: “homicídio, lesão corporal e crime ambiental”.
Por meio de nota, a Polícia Civil confirmou a morte de Milena na sua rede social no X (antigo Twitter). De acordo com a publicação, a mulher era policial havia sete anos e deixa uma filha de 5 anos de idade.
“É com imenso pesar que a Polícia Civil informa que a investigadora Milene Bagalho Estevam faleceu ontem, 16/12, no cumprimento da função”, informa trecho do comunicado. “A Polícia Civil presta os mais sinceros sentimentos de solidariedade à família e aos amigos.”
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