Vídeo foi repostado por deputado quatro anos depois da audiência com informações truncadas
Um vídeo de um trecho de uma audiência de um suposto empresário sendo maltratado por um juiz voltou a circular na Internet neste janeiro de 2024, mas o fato não é bem assim.
O BSB Revista foi a campo descobrir quem seria o empresário e quem seria o juiz.
O vídeo bombou, depois que o ex-deputado estadual de Santa Catarina, Bruno Suza (Novo) publicou, quatro anos depois, a peça comparando o tratamento dado pela Justiça ao suposto empresário, com o tratamento dispensado a um bandido.
Mas na verdade, o vídeo é de uma audiência de uma testemunha ouvida em inquérito de tentativa de homicídio em Minas Gerais.
O juiz, realmente está visivelmente alterado, bate na mesa e grita com a testemunha. “Aqui sou eu quem mando” gritou ao também ameaçar a testemunha de prisão.
Este Juiz já havia se envolvido em agressões polêmicas antes desta audiência em 2019. Ele teria agredido a própria esposa, antes de consumar de fato o casamento, que teve pedido anulado.
Assista ao vídeo:
O juiz exaltadíssimo foi processado antes dessa audiência pela ex- noiva dele por agressão após sua própria cerimônia de casamento.
A mulher ingressou com uma ação pleiteando indenização por danos morais e materiais contra o juiz após não ter sido concretizado o matrimônio, e ter sofrido agressões na noite de núpcias, cujo registro de casamento não chegou a ser levado ao cartório.
O magistrado, por sua vez, apresentou petição na qual noticiava conversas entre a sua ex-noiva e um terceiro, um homem casado, extraídas da internet (Skype e Facebook) que, segundo ele, teriam “cunho imoral, mostrando perversão e pornografia em grau máximo, e que a autora “não possui condição de propor ação de indenização por danos morais”.
Por esta atitude, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Geais (TJMG) decidiu instaurar uma sindicância contra o magistrado, na época.
Trata-se do juiz Rodrigo Braga Ramos que era do TJMG, na Comarca de João Monlevade.
Por esta atitude, o Órgão Especial do TJMG decidiu instaurar sindicância contra o magistrado por transcrição da conversa sem autorização judicial que “indica provável cometimento de ilícito penal”. No acórdão, o relator da sindicância, desembargador Antônio Carlos Cruvinel, vislumbrou ocorrência de fatos relevantes e sérios para autorizar a sindicância.
Ao votar no mesmo sentido, o desembargador Silas Rodrigues Vieira, afirmou que “o investigado, Juiz de Direito Rodrigo Braga Ramos, utilizou-se de meio indevido para denegrir a ex, fazendo-se juntar aos autos, as transcrições de conversas privadas entre a ex-noiva dele e um terceiro.
No vídeo, o juiz da Vara Criminal de João Monlevade, Rodrigo Braga Ramos se exalta com a testemunha em audiencia sobre tentativa de homicídio, que teria sido praticada pelo filho da testemunha.
O TJMG finalizou o processo de apuração sobre o caso do juiz Rodrigo Braga Ramos, que “explodiu” com testemunha durante depoimento em João Monlevade. No entanto, o Tribunal informou que os resultados são sigilosos, e que por isso não serão divulgados.
O que se sabe até agora, é que Rodrigo Braga Ramos foi transferido e passou a responder pela 2ª Vara Cível da Comarca de Ipatinga, também em Minas Gerais.
Já o filho da testemunha do vídeo em questão, foi condenado por tentativa de homicídio e segundo a Amagis, Associação dos Magistrados de Minas Gerais, teve a condenação confirmada em Segunda Instância.
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