Ministro do STF determinou novo prazo com mais 90 dias para investigações e conclusão de diligências
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal continue as investigações do inquérito apelidado de milícias digitais por mais 90 dias. Essa é a nona vez que as investigações ganham mais tempo.
O Inquérito 4.874 investiga a atuação de uma suposta milícia digital contra a democracia e o Estado Democrático de Direito.
Na decisão publicada nesta segunda (22), Alexandre de Moraes ressalta que o aumento do prazo foi concedido “considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes”.
O inquérito das milícias digitais foi aberto em julho de 2021 com o objetivo de investigar a atuação das supostas milícias nas redes sociais e descobrir quem são os responsáveis pela articulação e pelo financiamento delas. A investigação está a cargo da Polícia Federal.
Em maio de 2022, o magistrado determinou que as investigações sobre a atuação de milícias digitais e acerca dos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas caminhassem em conjunto. Em 25 de outubro de 2023, Moraes também autorizou o compartilhamento do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro e de todas as suas provas com os Inquéritos 4.781 (fake news); 4.874 (milícias digitais); 4.920, 4.921, 4.922 e 4.923 (8 de janeiro), bem como com a PET 11108 (Abin).
O STF investiga há mais de dois anos as ações de uma suposta milícia digital organizada que atuaria com objetivo de minar instituições democráticas. Esse grupo seria composto por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O inquérito que corre sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, é sigiloso e pouco se sabe sobre o que efetivamente foi descoberto até agora. Alguns dos acusados já foram identificados e tiveram prisão preventiva decretada.
Outros decidiram fugir do Brasil e viver na clandestinidade, como o caso do influenciador gospel Salomão Vieira, e os blogueiros conservadores Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos. Os três estão incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.
Considerado um dos organizadores dos acampamentos montados em frente aos quartéis generais do Exército, Salomão Vieira deixou o Brasil no início de 2023
rumo ao Paraguai junto com outros procurados pela polícia. Nesse período, chegou a revelar ao grupo uma série de pessoas famosas que colaboraram com a manutenção dos acampamentos, como o pentacampeão Rivaldo e a irmã de Neymar, Rafaela Santos.
Entre os principais desdobramentos estão investigações que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a exemplo do esquema de desvio de joias do Estado, a falsificação de cartões de vacinação e trocas de mensagens de teor golpista.
A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também foi homologada no âmbito desse inquérito.