Deputado Federal teria participado de esquema de uso de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, sem autorização judicial
Policiais federais fazem buscas na manhã desta quinta-feira (25) em endereços ligados a suspeitos de participar de um esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.
São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. Dentre os alvos, está o ex-diretor da agência no governo Bolsonaro, o atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL).
Segundo as investigações, os investigados teriam usado ferramenta de geolocalização em dispositivos móveis sem autorização judicial. O equipamento foi comprado pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
A operação foi batizada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 sobre suposto uso ilegal da ferramenta “FirstMile”.
O ex-diretor da Abin tem buscas sendo conduzidas no gabinete dele na Câmara dos Deputados no apartamento funcional em Brasília e na casa dele no Rio de Janeiro.
A operação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Os nomes de todos os alvos não foram divulgados. Segundo a PF, além das buscas, há outras medidas alternativas à prisão sendo cumpridas, incluindo a suspensão imediata de sete policiais federais supostamente envolvidos no monitoramento ilegal.
Ao todo, a PF cumpre 21 mandados de busca e apreensão. São 18 em Brasília (DF), 1 em Juiz de Fora (MG), 1 em São João del Rei (MG) e 1 no Rio de Janeiro.
A investigação da PF indica que o software de tecnologia de espionagem, desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), usava dados de GPS para monitorar irregularmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e juízes.
A Abin confirmou que utilizou a tecnologia.