Sem vacinas para a rede pública em todo país, e sem política federal de combate, governador Ibaneis Rocha apela para medida extrema contra o avanço da doença
Segundo o governo do Distrito Federal, o risco de epidemia de dengue e outras arboviroses levou a declarar situação de emergência na saúde pública.
A medida foi publicada em decreto na edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) na tarde desta quinta-feira (25).
O texto autoriza o governo a tomar as medidas administrativas necessárias para conter a doença, em especial a aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços.
O decreto vai perdurar enquanto a situação sanitária de enfrentamento à dengue não for estabilizada. Segundo o texto, a emergência pública em saúde não abrange todas as ações, equipes, equipamentos e processos da saúde pública, e está limitada ao que seja decorrente da situação sanitária específica. Servidores também poderão ser remanejados para reforçar o trabalho que já vem sendo feito pelo GDF.
Toda articulação de ações e serviços públicos de saúde voltados para este enfrentamento serão coordenados pela Secretaria de Saúde. Devido ao caráter excepcional e a necessidade temporária da luta contra a dengue, o governo está autorizado a contratar profissionais por tempo determinado a fim de combater a dengue.
O governo federal, comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se preparou em tempo de evitar a explosão de casos e mortes. Em 2023 Lula se recusou a comprar vacinas contra a dengue ou criar um plano nacional de combate ao mosquito.
Casos de dengue nas três primeiras semanas de 2024 cresceram 646% em relação ao mesmo período de 2023. Houve 17.150 ocorrências suspeitas da doença e 16.628 são casos prováveis.
Não deixe a dengue parar você
A Secretaria de Comunicação do Distrito Federal também entrou em campo para reforçar o combate à doença. Campanhas publicitárias foram desenvolvidas com o mote de “não deixar a água parada para a dengue não parar você”. Tanto o material de televisão como o spot de rádio são didáticos ao transmitir dicas para a população evitar a dengue, entre elas não deixar sacos de lixo acumularem água, nem garrafas armazenadas com a boca virada para cima, tampouco pneus e entulhos juntarem água em quintais e terrenos.
O último boletim epidemiológico de dengue no Distrito Federal mostrou que, do dia 1º ao dia 20 deste mês, houve 16.079 casos prováveis notificados da doença, número que revela aumento de 646,5% ante o mesmo período do ano passado. Ceilândia é a região administrativa com maior incidência (3.963 casos), seguida por Sol Nascente/Pôr do Sol (1.110), Brazlândia (1.045) e Samambaia (997). Além disso, já foram confirmados três óbitos por dengue neste ano.
Onde buscar atendimento
No último sábado (20), o GDF implantou tendas de acolhimento ao lado das administrações regionais das cidades com maior incidência da doença. O serviço está disponível, das 7h às 19h, em Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia, Sobradinho, São Sebastião, Estrutural, Recanto das Emas, Brazlândia e Santa Maria. A população tem acesso a testes rápidos de dengue, acolhimento de pessoas com sintomas e hidratação dos pacientes com a doença, além de informações sobre combate ao mosquito, descarte correto de lixo e espaço para denúncias de locais com possíveis focos.