Médico alerta que falta de talonarios de receita amarela podem provocar piora em quadros controlados de saúde mental
A secretaria de Saúde do Distrito Federal não está entregando aos médicos, dentistas e veterinários os talonarios do tipo amarelo que permitem a compra de remédios controlados das classes entorpecente ou psicotrópico.
A venda desses medicamentos é monitorada pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e precisa ser feita mediante o documento que só pode ser distribuído pela secretaria de Saúde, mas acabou.
Pelo menos há uma semana os talonarios que são entregues para as clínicas, não chegam aos médicos.
Essas duas classes de medicamentos são controladas devido a sua influência no sistema nervoso central do paciente.
A cor amarela do papel serve para facilitar o rastreamento, pois esse tipo de receituário só é liberado a médicos, dentistas e veterinários devidamente cadastrados junto à autoridade de saúde municipal, ou distrital.
O médico entrega ao paciente duas vias e uma fica retida para ser enviada à Anvisa.
Segundo o médico neurologista, dr. Eber Castro, que é diretor clínico da Clinen, a falta dos talonarios pode prejudicar a vida de milhares de pacientes no Distrito Federal.
“Existem doenças que os pacientes precisam do medicamento e podem haver resultados gravíssimos . Esses medicamentos são imprecindiveis e tem gente que vai ficar impedido de trabalhar, dirigir e estudar, como os pacientes narcolepsia, alerta dr. Eber.
Procurada a secretaria de imprensa do GDF não soube informar o motivo da falta. “Vamos apurar”, respondeu o órgão.
Jm paciente que não quis se identificar saiu frustrado de uma consulta nesta segunda-feira (29). O paciente pediu para não ser identificado , mas disse que está assustado com a possibilidade de seu medicamento acabar. “Ainda tenho um pouquinho, mas vai acabar em três dias, se eu não tiver a receita, não sei o que pode acontecer comigo”, disse o paciente.
Os medicamentos do tipo são utilizados em tratamentos psiquiátricos e em processos dolorosos como no tratamentos de doenças graves como o câncer e até em pós traumas odontológicos.