Diretoras de escola em Belford Roxo dizem em gravação que prefeito Waguinho, aliado de Lula, esperava servidores públicos em evento político do petista
Um áudio divulgado pelo jornal Metrópoles de uma reunião de servidores da cidade de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, revela que o prefeito do município, Waguinho, marido da ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro, obrigou funcionários da prefeitura a irem ao evento de Lula que aconteceu ontem, terça-feira (6), no município da Baixada Fluminense.
Este prefeito já foi afastado da Prefeitura de Belford Roxo por uma decisão judicial, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, é investigado por chefiar uma quadrilha que desviou R$ 14 milhões dos cofres públicos, mas retornou a cena do crime levado pelas mãos da Justiça brasileira.
As ameaças são graves por conta do medo imposto em Belfor Roxo. Waguinho está sempre sendo apontado por ter ligação com o crime organizado.
Na reunião criminosa, que ocorreu na sexta-feira (1º), na Escola Municipal Ernesto Pinheiro Barcellos, as diretoras deram orientações sobre o evento e disseram que, apesar do ponto facultativo decretado pelo prefeito, o dever dos funcionários seria ir ao comício de Lula.
Houve orientação para uso de bonés em apoio a Lula e até os momentos em que o presidente deveria ser ovacionado.
No áudio, uma das diretoras informou que a prefeitura enviaria um ônibus para os servidores da escola irem ao evento e que seriam oferecidos café da manhã, almoço, água e lanche.
Outra pessoa responsável pelas orientações disse na gravação que o prefeito Waguinho pediu que os servidores usassem bonés, camisas e faixas de apoio ao presidente Lula.
Todo mundo sabe que terça-feira é ponto facultativo, mas não é ponto facultativo para a gente ficar em casa. Conclusão: todos nós terça-feira lá [no evento de Lula]. (…) O prefeito já viu a questão do almoço, vão distribuir as camisas, vai ter almoço… Nós vamos com vocês no ônibus, vamos deixar vocês lá e vocês vão ficar representando a escola, vai ter a faixa, que nós vamos deixar com vocês. Nós precisamos, obviamente, da presença de todos os funcionários”, disse uma das diretoras na reunião ilegal.
Lula gosta dos envolvidos nos crimes. Ele chegou a colocar a mulher de Waguinho como ministra do Turismo, mas a ligação com milicianos fez a ministra cair.
Segundo noticiado pela Folha de São Paulo em janeiro do ano passado, um miliciano condenado e esposa têm ligações diretas com grupo político de Daniela Carneiro, do União Brasil, e chegaram a fazer campanha para ela em 2018 e 2022. Daniela Carneiro (União Brasil), conhecida como Daniela do Waguinho, se viu envolvida numa polêmica já no início do seu mandato: a ligação dela com um miliciano condenado por homicídio e associação criminosa.
O vínculo político de Carneiro, reeleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, com o ex-PM Juracy Alves Prudêncio, conhecido como Jura e acusado de comandar uma milícia na Baixada Fluminense, foi revelado em 03 de janeiro de 2023 pelo jornal Folha de S.Paulo.
A reportagem mostrou que a ministra também teve o apoio de Giane Prudêncio, ex-vereadora e esposa do ex-policial durante as campanhas de 2018 e 2022.
Em 2018, Carneiro chegou a chamar o miliciano de “liderança”, ao publicar fotos ao lado de Jura e sua esposa nas redes sociais.
Na época, ele já estava condenado e preso. O ex-PM, porém, tinha autorização para deixar a prisão durante a semana para trabalhar. Ele cumpria expediente como assessor na prefeitura de Belford Roxo, cujo prefeito era o marido de Daniela Carneiro, Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como Waguinho.
Waguinho decretou ponto facultativo no evento de ontem devido à visita de Lula a Belford Roxo. No Diário Oficial do município, o prefeito justificou o decreto pelo “movimento de veículos” por causa da comitiva presidencial.
As lideranças da Escola Municipal Ernesto Pinheiro Barcellos afirmaram também que os ônibus fretados ficariam circulando na cidade nesta terça-feira e que também levariam servidores da Saúde do município ao evento.
Na reunião, as lideranças da escola também deram orientações sobre os momentos em que os funcionários deveriam balançar as faixas e ovacionar o presidente Lula.
Ouça o áudio publicado pelo Metrópoles:
Além do áudio, o Metrópoles afirma que recebeu prints do grupo da creche municipal Tia Irene, de Belford Roxo, em que a diretora da unidade enviou orientações para os funcionários sobre o horário e o local do ponto de encontro para a tomada do ônibus que levaria o pessoal ao evento de Lula.
Lula, Waguinho e companhia inauguraram uma escola que foi batizada com nome de um neto do presidente, que morreu por uma bactéria enquanto o avô cumpria pena preso por corrupção.
O menino morto recebeu até um busto inaugurado pelo avô, que agora está solto e é presidente.