Ex-presidente pediu para apoiadores comparecerem em evento que acontecerá no último domingo de fevereiro, dia 25
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma passeata na Avenida Paulista, em São Paulo, para o último domingo de fevereiro, dia 25.
“No dia 25, às 15h, estarei na Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado democrático de direito“, diz Bolsonaro em vídeo divulgado nesta segunda, 12.
Bolsonaro estava vestindo a camisa da seleção brasileira e pediu que apoiadores fossem também vestidos com as cores verde e amarelo no dia da manifestação.
Por medo de represálias judiciais, o ex-presidente solicitou aos que irãocomparecer que se abstenham de criticas aos opositores e judiciário: “Mais do que isso não apareçam com faixa ou cartaz contra quem quer que seja”.
“Nesse evento, eu quero me defender de todas as acusações que tem sido imputadas contra a minha pessoa nos últimos meses”, afirmou.
Bolsonaro está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) que deflagra seguidamente operações contra pessoas acusadas de associações para uma tentativa de golpe de Estado, supostamente orquestrada por ele, após a derrota dele nas urnas em 2022.
“Mais do que um discurso, uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes desse evento para mostrarmos a nossa união e as nossas preocupações que queremos: Deus, pátria, família e liberdade”, enfatizou.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do partido dele, Valdemar Costa Neto, foram alvos de busca e apreensão da operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta, 8, pela Polícia Federal.
Valdemar foi preso e solto dois dias depois, no sábado dia 10. A prisão ocorreu por terem sido encontrados uma arma sem a devida documentação legal e ouro.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido e ele está proibido de deixar o país.
Além de Valdemar e Bolsonaro, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa) e Augusto Heleno (GSI) também foram alvos da operação na última quinta-feira.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos. São eles: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.
O requerimento que autorizou a Tempus Veritatis indica Valdemar como o mentor da ação judicial que questionava o resultado das eleições de 2022.
“O alinhamento entre os investigados se demonstra, ainda, a partir das falas proferidas por VALDEMAR COSTA NETO, em 23/11/2022, um dia após ter ingressado com o pedido de anulação dos votos das urnas antigas [fabricadas em 2020] junto ao TSE:
“Nós contratamos uma empresa de homens altamente qualificados para poder acompanhar as eleições, e eles, por coincidência e talvez por tecnologia, eles conseguiram atingir esse objetivo de conseguir algo palpável no segundo turno. No primeiro eles não pegaram. (…) No segundo turno eles aumentaram a equipe, trouxeram um gênio lá de Uberlândia e que ajudou muito a gente. Aí ele descobriu esse problema que o nosso pessoal não tinha descoberto. Então nós fomos obrigados a colocar isso aí’.”
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, também afirmou que toda a ação contra o resultado das eleições em 2022 teria sido financiada pelo PL, capitaneado por Valdemar Costa Neto.
“Em acréscimo, a empresa Gaio.io possui um de seus endereços na cidade de Uberlândia/MG e o município é um dos domicílios vinculados a EDER LINDSAY MAGALHÃES BALBINO, investigado nestes autos, ‘o que demonstra que o Partido Liberal, através de seu representante máximo, VALDEMAR COSTA NETO, tinha plena ciência da interlocução e do alinhamento que os investigados desenvolveram na construção da narrativa de fraude as urnas eletrônicas.
Assim, a investigação demonstrou que (a) ‘dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelo Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, coube ao então presidente do Partido Liberal [PL], VALDEMAR COSTA NETO, financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de ‘especialistas’ que subsidiaram ‘estudos técnicos’ que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022‘; e os investigados atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para desacreditar o sistema eletrônico de votação que regia as eleições presidenciais de 2022, utilizando-se de diversos meios, proclamados como ‘técnicos’ para gerar a formação de uma primeira impressão’.”
Assista ao vídeo de Bolsonaro: