Bolsonaro pede para STF adiar depoimento à PF em investigação sobre planejamento de golpe de Estado

Ex-presidente diz que não teve acesso à íntegra dos autos, inclusive de conversas registradas em decisão de operação sobre o tema

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seu depoimento à Polícia Federal (PF) na investigação que apura supostas articulações para um golpe de Estado envolvendo membros do governo dele e militares seja adiado.

Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento na próxima quinta-feira (22), três dias antes de uma manifestação que o próprio Bolsonaro convocou.

Outros investigados da operação, incluindo dois ex-assessores do ex-presidente, também foram intimados a prestar depoimento no mesmo dia.

Os advogados de Bolsonaro afirmaram ao STF que ele “opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno.”

Na petição, os defensores do ex-presidente destacam que a decisão que autorizou a operação sobre o tema há duas semanas “contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a Defesa não teve acesso até hoje.

Os advogados do ex-presidente afirmaram que ele tem “total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência“. Mas que, neste momento, buscam preservar o direito à ampla defesa.

Além do pedido de adiamento do depoimento, os advogados também reforçaram solicitação de acesso à delação premiada firmada pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada no último dia 8 e teve como alvos, além do ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desdobramento de inquéritos que tramitam no STF — o principal deles sendo o das milícias digitais –, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado.

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