Partido dos Trabalhadores alega fraude e aciona Justiça contra mudança de domicílio de deputada federal
As executivas estaduais do PT em São Paulo e Paraná e as executivas municipais de São Paulo e Curitiba apresentaram na noite desta sexta-feira, 8, uma ação à Justiça Eleitoral do Paraná para sustar o pedido de transferência de título da deputada federal Rosângela Moro (União-SP).
Eleita por São Paulo em 2022 com 217.170 votos, a deputada federal transferiu o título de eleitor de volta para o Paraná, mesmo domicílio eleitoral do marido, o senador Sérgio Moro (União-PR).
A estratégia visa uma candidatura da deputada federal ao Senado, caso seu marido, Senador Sérgio Moro seja cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Em menos de um mês, no dia 1º de abril, o vai começar o julgamento que pode cassar o mandato do ex-juiz da Lava Jato no Senado.
O senador é alvo de duas ações que apontam abuso de poder econômico e caixa dois praticados na campanha de 2022. Elas foram apresentadas pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela Federação Brasil da Esperança, composta por PCdoB, PV e PT.
Os advogados do PT querem impedir que a deputada federal tenha condições de disputar uma eleição suplementar no Paraná ao Senado, caso o senador seja cassado por suposta fraude eleitoral.
Na peça, os advogados petistas argumentam que o deferimento do pedido de transferência de domicílio eleitoral “viola frontalmente os postulados da soberania popular e da fidedignidade da representação política (princípio da autenticidade eleitoral)”. Os advogados afirmam também que a transferência no curso do mandato se configuraria “fraude à representatividade do eleitorado paulista”.