Lula usa dinheiro público para atacar jornalistas e se defender da fala de procurador que disse que ele tinha que estar na cadeia

Procurador disse em entrevista publucada no Estadão que presidente da República é criminoso que deveria estar atrás das grades

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a estrutura da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República para seu benefício pessoal ao divulgar nesta quinta-feira(14) uma nota para atacar os jornalistas do jornal O Estado de S. Paulo.

Lula mandou José Chrispiniano, secretário de Imprensa da Secom, assinar uma nota para ensinar aos experientes e cobiçados jornalistas do Estadão a fazerem seu trabalho.

A presunçosa nota oficial, paga com os impostos dos trabalhadores, tenta defender Lula da realidade de ser um ex-presidiario solto apenas por decisão estapafurdia de um Supremo Tribunal Federal que muda de opinião para beneficiar os que são interessantes para ele. No caso, anularam todas as condenações de Lula e ainda diversos processos que poderiam render bem mais que as duas décadas de prisão que já tinha sido condenado por corrupção.

O STF utilizou argumentos nunca vistos antes nesse país para livrar Lula de pagar seus crimes. Alegaram que não deveria ter sido julgado pela Lava Jato no Paraná e de quebra arrumaram uma suspeição para o Juiz Sérgio Moro baseada em informações repassadas por um falsificador que disse que havia roubado as mensagens e chegou a tentar negociar a venda para a esquerda tirar Lula da cadeia.

A Secom não gostou do que disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que foi um dos protagonistas da força-tarefa da Operação Lava Jatona entrevista intitulada “‘Lula tinha que estar na cadeia’, afirma decano da Lava Jato”.

Na entrevista, Carlos Fernando é claro e incisivo: “Primeiro, [Lula] não deveria nem estar como presidente. Ele deveria estar preso. A prisão dele foi correta. Não foi o Moro que prendeu o Lula. A prisão decorreu da confirmação, pelo Tribunal Regional da 4ª Região, de que houve crime e que Lula era o autor. Um órgão colegiado, por unanimidade, entendeu que havia provas que Lula era o autor desses crimes. Depois disso, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) não viu nenhuma ilegalidade. Lula é inocente? Não. Ele é inocente pela presunção da inocência decorrente da anulação de todos os processos pelo Supremo Tribunal Federal. Mas, se eu lembro bem, o TRF-4 disse que ele era culpado. Então, para mim, Lula tinha que estar na cadeia”, disse o procurador ao Estadão.

Lula não gostou e fez Chrispiniano dizer na nota que “o jornal Estado de S. Paulo deveria fazer jornalismo e apresentar aos seus leitores, e dentro do contexto de uma entrevista, perguntas válidas ao ex-procurador, sobre os seguintes fatos”, antes de enumerar a teia de narrativas usada para justificar a derrubada dos processos da operação pelos tribunais superiores brasileiros.

Lula e Paulo Pimenta, o ministro da Secom usaram o canal público para disseminar mentiras. Para além de repetir mentiras, como mencionar a existência de “várias evidências de que a denúncia [contra Lula] não se sustentava nem para os próprios procuradores” e falar na “ocorrência de depoimentos forjados, delações encomendadas, vazamentos ilegais, grampos ilegais e diversas outras irregularidades pelas quais seus autores nunca responderam”, a Secom de Lula vai muito além de suas funções ao pretender tutelar o trabalho sério dos jornalistas.

A Secom finaliza assim seu ataque eivado de mentiras e agressão ao procurador: “Nos dez anos da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando tem a oportunidade de fazer uma reflexão privada sobre como, ao invés de exercer suas funções com seriedade, sua camarilha de filhos de Januário promoveram danos para a economia, a democracia e ao próprio combate à corrupção e ao Ministério Público brasileiro, ao trocarem a investigação séria pela busca da fama e objetivos políticos. Ainda é tempo de finalmente reconhecer seus erros e a sorte de não terem sofrido punições à altura dos crimes que cometeram”.

Cabe agora ao Congresso Nacional e ao judiciário analisarem o uso indevido da máquina pública, paga com impostos dos brasileiros em benefício pessoal.

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