Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi depor no STF de onde saiu preso
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) mandou prender novamente o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (22).
A ordem de prisão preventiva do militar foi dentro do STF.
Cid foi preso depois do vazamento de áudios onde ele afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal para assinar coisas que não disse durante depoimentos. Nos áudios Mauro Cid acusa Alede Moraes de ser ditador.
Cid foi preso durante novo interrogatório ouvido por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes no STF sobre o conteúdo dos áudios que circulam na Internet e foram publicados pela imprensa.
Nas gravações, Cid acusa Alexandre de Moraes e agentes da PF de manipularem as investigações e o inquérito já estando com a “narrativa pronta”.
Cid aponta irregularidades gravíssimas ao longo do acordo de colaboração que disse ter termos que nadiria, nem disse, mas que fora pressionado a assinar.
.Segundo Cid, os investigadores “não queriam saber a verdade”.
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, diz, depois da nova prisão, que os áudios revelam apenas um “desabafo”, já que Cid vive um momento de angústia “pessoal, familiar e profissional”.
“Mauro César Babosa Cid em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador, aliás, seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, afirmou.
Porque Mauro Cid foi preso?
O ex-ajudante de ordens foi preso pela primeira vez em maio de 2023, na operação que investiga falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e assessores.
Em setembro, após seis meses detido, Cid fechou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, foi solto.
No processo de delação, ele prestou uma série de depoimentos que auxiliaram a PF em apurações contra o ex-presidente, como a investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado articulada após as eleições de 2022, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na semana passada, Cid foi indiciado junto de Bolsonaro e outras 15 pessoas pela falsificação de cartões de vacina. A PF imputou ao militar os crimes de:
- Falsidade ideológica de documento público
- Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações
- Uso de documento falso
- Associação criminosa