Ditador da Venezuela impede mais uma opositora de concorrer nas eleições que terão agora candidato improvisado de última hora por contrários a Maduro

Manuel Rosales aceitou se inscrever pela oposição e conseguiu completar seu registro no Conselho Nacional Eleitoral burlando a vigilância de Maduro

A principal frente de oposição a Nicolás Maduro informou nesta terça-feira (26) que não conseguiu inscrever a sua candidata Corina Yoris no site do Conselho Nacional Eleitoral, o órgão controlado pelo ditador, responsável pelas eleições no país. O prazo terminou às 23h59 de segunda-feira (25).

Corina afirmou que a frente de oposição havia feito todas as tentativas, mas que o sistema estava totalmente fechado.

“Tentamos ir pessoalmente ao Conselho Nacional Eleitoral para entregar uma carta solicitando uma prorrogação e nem mesmo fisicamente pudemos fazê-lo”.

No desespero, os oposicionistas decidiram de última hora, tentar colocar no site eleitoral um outro nome da oposição, o governador do estado de Zúlia, Manuel Rosales, que aceitou se inscrever e conseguiu completar seu registro no Conselho Nacional Eleitoral, sem que os funcionários de Maduro percebessem e impedissem a candidatura.

Rosales não pretendia se lançar candidato, mas será o principal concorrente de Maduro nas urnas que serão abertas para votação em 4 meses. Com perfil pragmático e negociador, ele concorrerá pelo Um Novo Tempo (UNT), partido também de oposição.

O bloqueio a Corina Youris tem clara motivação política, segundo analistas externos e venezuelanos. O cientista político Jorge Morán, por exemplo, afirmou à agência de notícias AFP que o chavismo busca repetir o cenário de 2018, quando a oposição boicotou as eleições presidenciais “vencidas” por Maduro.

Filósofa e professora universitária, Yoris, 80 anos, nunca trabalhou na administração pública, e seu nome aparece limpo na base de dados do Conselho Nacional Eleitoral.

A líder da oposição venezuelana María Corina Machado abraça Corina Yoris que tentava substituí-la, mas ambas foram barradas pelo ditador Nicolás Maduro

Ela foi indicada para a candidatura da oposição pelo Vente Venezuela, o partido de uma venezuelana de nome parecido, Maria Corina Machado, que venceu prévias entre todos os partidos de oposição do país.

Desde a última quinta-feira (21), já se inscreveram nove candidatos que se apresentam como opositores, mas a maioria deles são acusados de colaborar com o governo chavista e de colocarem candidatura de fachada .

Já o ditador da Venezuela, não teve os mesmos problemas e formalizou nesta segunda-feira (25) sua candidatura à reeleição pelo partido governista, o PSUV. Nicolás Maduro buscará o terceiro mandato, que pode levá-lo a 18 anos no poder.

Quando serão as eleições na Venezuela?

As eleições serão disputadas em 28 de julho.  Um dos chefes da coalizão da oposição, Omar Barboza, afirmou que o grupo enfrentou restrições no sistema online do Conselho Nacional Eleitoral, não conseguindo registrar a candidatura de Corina Yoris.

Corina Yoris foi impedida de completar registro da candidatura na plataforma do órgão eleitoral venezuelano depois que Maduro afirmou que dois homens armados, que ele vinculou ao partido de María Corina Machado, foram detidos após se infiltrarem no comício do chavismo com o plano de assassiná-lo.

Sete países latino-americanos (Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai) publicaram um comunicado em conjunto no qual afirmam estarem preocupados “com o impedimento da inscrição” de Corina Yoris.

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