Ex-presidente retrucou perguntando se há algum crime nisso e pediu para parar a perseguição
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 48 horas de prazo para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se explicar sobre sua hospedagem em embaixada da Hungria.
Moraes quer saber o motivo pelo qual Bolsonaro teria ficado 2 dias dentro da embaixada da Hungria em Brasília.
A hospedagem aconteceu 4 dias depois de Moraes ter confiscado o passaporte do ex-presidente.
A decisão, que ainda está sob sigilo, foi “vazada” no final da noite desta segunda-feira (25).
A determinação de Moraes exige que Bolsonaro explique o motivo de ter permanecido entre os dias 12 e 14 de fevereiro dentro da embaixada, como confirmaram seus advogados.
Depois que o jornal norte-americano The New York Times contou que Bolsonaro se hospedou por dois dias na embaixada, o advogado do ex- presidente confirmou.
Fábio Wajngarten, corroborou a história do jornal e Alexandre Moraes deu 48 horas para o ex-presidente explicar a visita prolongada.
A Hungria tem um governo de extrema-direita, alinhado politicamente com o ex-presidente Bolsonaro.
O primeiro-ministro de lá, Viktor Orbán já fez declarações públicas de apoio a Bolsonaro contra decisões judiciais.
Bolsonaro confirmou que esteve na representação diplomática, perguntou se é crime o que fez, é acusou Alexandre de Moraes de perseguí-lo.
“Porventura dormir na embaixada, ou conversar com embaixador, (há) algum crime nisso? Tenha paciência, chega de perseguir, pessoal”, falou o ex-presidente.
O ex-presidente fez o comentário ao sair de um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, no Centro da capital paulista, na noite desta segunda-feira (25).
“Tenha santa paciência, deixa de perseguir, pessoal, quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do [Palácio da] Alvorada?”, completou Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, os mandantes do assassinato de Marielle são os políticos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão e o delegado, ex-chefe da Polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.