Lira defende deputados com medo de prisão à Lewandowski e relata preocupação da Casa com “precedente” aberto pela prisão de mandante de assassinato de Marielle Franco

Após CCJ adiar discussão sobre prisão em flagrante de Chiquinho Brazão, presidente da Câmara quer blindar mais ainda os parlamentares acusados de crimes em investigações policiais

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) se reuniu a portas fechadas com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowisk para falar sobre o medo que deputados estão de uma prisão em flagrante.

Lira foi ontem (27), ao ministério da Justiça, depois que a Comissão de Constituição e Justiça decidiu suspender a análise da manutenção da prisão em flagrante do deputado federal carioca Chiquinho Brazão (sem partido porque foi expulso do União Brasil).

Brazão é acusado de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), quando também morreu seu motorista, Anderson Brazão foi preso em flagrante delito de tentar atrapalhar as investigações e tentar se evadir do país para evitar punição.

Segundo aliados de Arthur Lira, a conversa com Lewandowisk, foi franca. O presidente da Câmara disse a eles que relatou a “preocupação da Casa como um todo” com o “precedente que pode ser aberto com a prisão” do deputado Brazão.

Recentemente, Lira teve aliados presos em uma investigação por corrupção na Educação em Alagoas. Um ex-assessor de Arthur Lira foi exonerado da Câmara depois de ter sido preso.

A Constituição autoriza a prisão de parlamentar em exercício do mandato quando há, entre outros requisitos, crime em flagrante. Lira tem sido pressionado, a colocar em andamento pautas que imponham limites às prisões e uma blindagem adicional a deputados e senadores que se tornam alvo de investigação e de operações da Polícia Federal.

Brazão foi preso como um dos integrantes de organização criminosa e sob o argumento dos investigadores de que havia, além de crime continuado de atrapalhar as investigações, risco de fuga planejada, com a saída do país de familiares dos irmãos Brazão.

Lira teria dito a Lewandowisk que a prisão de Chiquinho Brazão despertou críticas por uma ala que não enxerga o “flagrante” no cenário que levou à prisão do deputado, mas que toda a Casa estaria preocupada com avanços de prisões de parlamentares.

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