Orientação do governo é silenciar para “manter” pacificação com militares
Neste domingo, 31 de março completam exatos 60 anos do golpe militar no Brasil.
O governo finge normalidade.
Mas não é bem assim.
Apenas alguns comandantes mantém o controle da maioria dos militares.
Atos em repúdio ao golpe, antes corriqueiros, foram vetados em todos os órgãos públicos.
No ano passado, também não houve solenidade com o chefe do Executivo para relembrar e repudiar a data do início da ditadura no Brasil, que durou 21 anos de 1964 a 1985.
Porque o governo resolveu ficar caladado sobre o golpe militar?
Em um ambiente hostil, onde a maioria da tropa quer a volta para a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a data gera tensão.
O governo sabe disso e resolveu silenciar no dia em que completa 60 anos do golpe militar.
Lula no poder desagrada integrantes das três forças.
O presidente é egresso do sistema penal. Cumpriu quase dois anos por corrupção e isso está engasgado na garganta de quase a metade da população brasileira, incluindo militares.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mantém no poder com forte apoio do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve no ano passado mais de mil manifestantes na cadeia por depredarem as sedes dos Três Poderes e serem acusados de golpe de estado, ao exigirem o retorno de Lula para cadeia e implorarem até com rezas pelo retorno dos militares.
O STF foi o responsável por anular, rasgando a Constituição, as condenações de Lula. O STF também anulou as investigações de processos em curso que poderiam gerar ao menos mais oito condenações do agora presidente.
Quem ousaria criticar o STF?
Para conter a revolta popular e dentro do Congresso Nacional, o STF aplica penas duríssimas, fora de razoabilidade e nada, nem ninguém pode fazer nada contra essa forma de coagir do judiciário aos pensamentos contrários.
Uma semana antes do sexagenário do golpe, Alexandre de Moraes, o principal ator nos processos contra os atos considerados antidemocráticos pelo STF, mandou soltar a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal.
Os ex-comandantes estavam presos à mais de seis meses por permitirem que suas tropas fizessem “corpo mole” contra a turba enfurecida de civis que invadiu o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF.
Os civis pediam a prisão de Lula, Alexandre de Moraes e companhia e a volta da ditadura militar.
Nem as forças nacionais, que fazem a segurança da região impediram o vandalismo.
Lula trocou toda a cúpula, Alexandre de Moraes chegou a afastar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha acusando-o pelo vandalismo.
Arbitrariedades se seguiram com prisões, consideradas até pela Ordem dos Advogados como ilegais, de manifestantes, crianças e até mendigo, morador de rua.
Para manter a “normalidade”, o STF baixou mão de ferro, endureceu o discurso e segura até hoje, o presidente no poder ameaçando e prendendo inclusive parlamentares que se posicionam contra todo o sistema que ressuscitou Lula da cadeia e o levou ao Palácio do Planalto.
O silêncio é portanto, necessário para quem se mantém no poder com a força da Lei ao arrepio da Constituição.
Se a Constituição fosse respeitada no Brasil, Lula, José Dirceu, Sérgio Cabral e outros marginais, segundo as investigações da Polícia Federal e da Lava Jato, estariam na cadeia por roubarem dinheirodo povo.
Porque Victório Dell Pyrro escreveu este artigo contra a ditadura militar e a do STF ?
Ele é mais velho que o golpe militar.
Victório Dell Pyrro correu dos militares nas ruas da Capital Federal nos anos da ditadura.
Victório Dell Pyrro Escapou dos camburões cheios de piriquitos enraivecidos na rodoviária do Plano Piloto.
Victório Dell Pyrro tomou chibatada de general montado a cavalo no gramado da Esplanada Dos Ministérios e escreve desbocadamente, mesmo sabendo que o “Regime de Exeção e ilegalidades do STF”, pode levá-lo aos porões, de novo.
Victório Dell Pyrro é da turma que frequentava os bares da Asa Norte, cresceu balançando nos parquinhos da Colina e acampou embaixo dos pés de manga em volta das fogueiras, quando seus amigos adolescentes se perguntavam Que País é esse?