Greve é por tempo indeterminado
Os professores da Universidade de Brasília (UnB) entraram em greve, nesta segunda-feira (15), por tempo indeterminado.
Os servidores técnico-administrativos da universidade já estavam paralisados desde o dia 11 de março.
O Ministério da Educação (MEC) disse que “vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias“.
Segundo a administração da UnB, entre os serviços essenciais definidos em comum acordo entre a Reitoria e o comando de greve, serão mantidos:
- Pagamento (incluindo folha de pagamento, bolsas, benefícios e auxílios, e repasses às empresas prestadoras de serviços, dentre outros inadiáveis);
- Segurança patrimonial;
- Laboratórios de pesquisa que tratem de alimentação e o bem-estar de animais, plantas e culturas, e manutenção de criogenia;
- Arrecadação de receita da Universidade;
- Continuidade dos programas de assistência estudantil e demais processos seletivos iniciados antes do início da greve, incluindo a conclusão do registro de novos(as) alunos(as) de pós-graduação;
- Atendimentos psicológicos críticos em acompanhamento no CAEP e DASU; Comissão de PGD;
- Manutenção elétrica, hidráulica e estrutural de caráter emergencial; e suporte aos discentes PcD.
“A UnB reitera seu compromisso com a educação pública de qualidade e tem a expectativa de que as negociações entre o governo federal e as categorias em greve sejam bem-sucedidas, no menor tempo possível”, informou a universidade.
Nesta segunda (15), às 9h, o Comando Local de Greve dos Docentes realizou um encontro para definir as próximas agendas e ações da mobilização.
Para amanhã, terça (16), está agendado que o grupo vai se reunir com o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), para uma assembleia conjunta.
Porque os professores da UnB entraram em greve?
A ação grevista foi motivada pela falta de reajustes salariais e nos auxílios alimentação, saúde e creche, segundo os professores.
Os professores pedem, além da recomposição salarial, a equiparação dos benefícios e auxílios com os servidores do Legislativo e do Judiciário ainda em 2024 e também a revogação de atos normativos criados durante governos anteriores que impactam a carreira dos docentes.
A greve dos professores foi aprovada por 257 votos a favor e 213 contra em Assembleia Geral Extraordinária convocada pela Associação de Docentes da UnB (Adunb) no dia 8 de abril.
Segundo o MEC, no ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. “Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI, e da mesa setorial que trata de condições de trabalho”, diz a pasta.
O que os professores da UnB querem com a greve?
Os professores da UnB pedem recomposição salarial com reajuste de 22,71%, divididos em três parcelas:
- 2024: 7,06%
- 2025: 7,06%
- 2026: 7,06%
O governo federal, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), propôs um reajuste de 9% dividido em duas parcelas:
- 2024: sem reajuste
- 2025: 4,5%
- 2026: 4,5%
O governo também apresentou uma proposta de reajuste dos auxílios alimentação, saúde e creche que não contempla aposentados e pensionistas. O texto que o governo colocou na mesa reajusta já a partir de maio deste ano.