Regina Gonçalves afirma que foi mantida em cárcere privado no próprio apartamento em Copacabana, por homem que contratou como motorista. Testemunhas dizem que eles eram um casal.
O desaparecimento da socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, que mora no prestigiado Edifício Chopin, na Zona Sul do Rio de Janeiro, despertou a atenção dos vizinhos do prédio, que não tinham notícias dela desde dezembro.
Eles fizeram uma denúncia anônima sobre o sumiço ao Ministério Público do Rio em maio de 2022. Na época, disseram que tentaram em vão entrar em contato com Regina.
Afirmaram que os telefones dela eram usados e sempre atendidos por José Marcos Chaves Ribeiro. E que em ligações ou pessoalmente ele vinha sempre com negativas evasivas, alegando doença para não falarem diretamente com ela.
Segundo os familiares de Gonçalves, ela teria sido mantida em cárcere privado pelo seu ex-motorista particular, José Marcos Chaves Ribeiro, de 53 anos, com quem tinha uma união estável, e conseguiu escapar em janeiro. Ele é considerado o principal suspeito do desaparecimento.
Ele alega que os dois viviam um relacionamento amoroso. Há uma escritura de união estável registrada em 2021.
Regina é viúva do proprietário dos baralhos Copag, Nestor Gonçalves, e não tem filhos. Nestor, por sua vez, deixou como herança para a socialite o apartamento no Edifício Chopin e outros imóveis, incluindo uma fazenda em Angra dos Reis (RJ).
Regina diz que José Marcos a isolava.
No apartamento, Regina possuia uma coleção de joias, as quais, segundo seus parentes, desapareceram após sua fuga em 2 de janeiro deste ano. Ela alegou ter sido vítima de agressões e mantida em cárcere privado por José Marcos Chaves Ribeiro, seu ex-motorista.
Desde 2011, Regina vivia com José Marcos, durante esse tempo, ele estabeleceu uma união estável com a socialite e obteve uma autorização de curatela provisória dela. O documento permite que uma pessoa cuide dos interesses de outra que esteja incapaz de gerir sua própria vida, seja por questões físicas, mentais ou comportamentais.
De acordo com os familiares, Regina estava sendo mantida em cárcere privado e conseguiu escapar em janeiro, deixando o local apenas com a roupa que vestia, e foi para casa de um irmão.
Após o caso, em 5 de janeiro de 2024, a família de Regina solicitou uma medida protetiva que impede José Marcos de frequentar o Edifício Chopin. Além disso, ele está sob investigação em outro processo por violência psicológica, doméstica e ameaças contra a socialite.
A família também entrou com uma ação para contestar a tutela concedida a José, que lhe permitiu administrar a fortuna de Regina, composta por bens, imóveis e investimentos.
Diversas fotos de Regina com José Marcos estão disponíveis em colunas sociais impressas e em sites como os do jornalista Yuri Antigo e em blogs como o do colunista Vanderlan Nader, e no de Romy di Vitti, que foi assessora de imprensa de nomes como a atriz Florinda Bolkan e a cantora Wanderléa. No dia 16 de fevereiro de 2014, Vanderlan afirma que Regina e Marcos estavam noivos. Já no site de Yuri e no blog de Romy há registros do casal que datam de 2013.
Na última sexta-feira (26), o desembargador Antônio Carlos Amado, da 3ª Câmara Criminal do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (PJERJ), revogou a decisão que colocava fim à medida protetiva de que José Marcos pudesse se aproximar da idosa de 88 anos. Com a decisão, o companheiro deverá manter distância de 250 metros de Regina, que voltou a morar no Chopin, em seu apartamento que ocupa um andar inteiro do edifício.