Lula usou estrutura do governo federal para fazer campanha antecipada e pedir votos para Boulos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ilegalmente votos para Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, durante o evento de 1º de Maio, no estádio do Corinthians, na Zona Leste da capital Paulista.
O evento foi feito com verba pública federal e era organizado pelo governo federal, além de ser transmitido pelo “canal gov”.
O ato usou os meios de comunicação social do governo, pois se trata da máquina pública, segundo a legislacão vigente.
Lula classificou a eleição deste ano em São Paulo como “verdadeira guerra” e pediu para que seus eleitores votem no deputado na disputa para a Prefeitura da capital paulista.
“Ele [Boulos] está disputando com o nosso adversário nacional, contra o nosso estadual, contra o nosso adversário municipal. Ele está enfrentando três adversários. E, por isso, quero dizer: Ninguém vai derrotar esse moço se vocês votarem no Boulos para prefeito nessas eleições. E eu vou fazer um apelo. Cada pessoa que votou no Lula em 1989, 1996, 1998, em 2006, 2010, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo” conclamou Lula infringindo a Lei Eleitoral brasileira.
A legislação eleitoral impõe restrições à propaganda na chamada pré-campanha e proíbe pedido de voto.
Lula reuniu no ato as centrais sindicais em homenagem ao Dia do Trabalhador, o presidente ainda criticou a organização da manifestação que ficou esvaziada com público irrisório, e que ficou a cargo do ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência.
“Ontem conversei com ele sobre esse ato e disse para ele: ‘Márcio, o ato está mal convocado’. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, disse, nesta quarta-feira (1º).
“Mas de qualquer forma eu estou acostumado a falar com mil, um milhão, e se for necessário apenas com uma senhora maravilhosa que está ali para conversar”, relativizou Lula.
Diante de todos os fatos, a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo Novo, Marina Helena, afirmou que vai entrar com ação direta na Justiça Eleitoral por propaganda antecipada e com representação no MP por abuso de poder político pelo Lula.
O Diretório Municipal do MDB de São Paulo tomará as medidas jurídicas cabíveis, informou o partido. “Eleição não é guerra e a população paulistana não pode ser a vítima. O povo de São Paulo merece uma eleição justa, com debates propositivos sobre a cidade e pré-candidatos que não se coloquem acima da lei. A ousadia de Lula num ato esvaziado e com público controlado é mais um alerta aos paulistanos: não podemos deixar que São Paulo sirva de trampolim para o projeto de poder que a extrema esquerda tem para o Brasil”, diz Enrico Misasi , presidente do Diretório Municipal do MDB de São Paulo.
O deputado federal Kim Kataguiri, pré-candidato pela União Brasil, também disse que irá à Justiça.
O Palácio do Planalto apagou do CanalGov, do Youtube, a transmissão dos discursos do 1º de Maio. Porém, ela segue no perfil pessoal de Lula nas redes sociais.
O Diretório Municipal do MDB de São Paulo, partido do prefeito Ricardo Nunes, pré-candidato à reeleição, afirmou, por meio de nota que considerou a fala de Lula propaganda eleitoral antecipada, e que “vai promover medidas jurídicas cabíveis, buscando a aplicação de multa ao presidente”.