Lentidão maior na redução inflacionária e risco fiscal aumentado e insustentável pesaram na decisão do colegiado do Banco Central
O Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira (8) a redução em 0,25 ponto percentual para a taxa Selic, que cai de 10,75% para 10,5% ao ano.
Esta foi a sétima redução seguida dos juros, promovida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), mas a menor desde o início de flexibilização da taxa, em julho do ano passado.
Depois de anos de juros altíssimos, quando a Selic estava em 13,25% ao ano, a primeira redução fez cair em 0,5% a taxa. Na ata do encontro anterior, em maio deste ano, o corte seguiu o mesmo padrão em 0,5 das últimas intervenções do Banco Central na selic.
A demora na queda da inflação foi um dos motivos para o menor corte da série de 7 reduções seguidas.
O comitê chamou a atenção para a questão fiscal como um fator que impacta no ciclo de cortes da Selic. Da última reunião para cá, o governo reduziu a meta fiscal de 2025 em diante, abrindo espaço para a gastança.
“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz a nota.
No comunicado, o Copom também retirou a indicação de que haverá novos cortes adiante, ressaltando que dependerá de dados para seguir com a política monetária. A autoridade também destacou que, a despeito do corte de hoje, os juros permanecem em patamar contracionista, essencial para o controle da inflação.
O Copom também manifestou preocupação com o cenário internacional, citando a inflação alta e a continuidade do aperto monetário em economias desenvolvidas como elementos que interferem nas decisões da taxa basica de juros no Brasil.